Segundo associação, falta de funcionários prejudicará severamente os mercados atacadistas do país, podendo até mesmo paralisá-los. Trabalhador descansa durante colheita de trigo em Mannana, no estado de Punjab, Índia REUTERS/Ajay Verma Uma severa escassez de mão de obra na Índia, desencadeada pelo isolamento de 21 dias que visa conter a disseminação do coronavírus, vai dificultar a colheita das safras de inverno no segundo maior produtor global de grãos básicos para alimentação, como o trigo. Os estados produtores de Punjab, Haryana e Uttar Pradesh, no norte do país, dependem de trabalhadores rurais do leste da Índia, mas a maior parte deles retornou para seus locais de origem após o início do "lockdown" no dia 24 de março, temendo o vírus e enfrentando interrupções salariais. "Nós nunca vimos algo assim", disse Ramandeep Singh Mann, agricultor de Punjab, cuja família produz trigo, arroz e algodão em mais de 18 hectares e empregaria dez trabalhadores com o uso de colheitadeiras mecânicas. "Não temos ninguém para as colheitas." Mann é apenas um dos milhares de agricultores preocupados com a possibilidade de a escassez sem precedentes de mão de obra resultar em dificuldades para que as colheitadeiras sejam colocadas nos campos ou até mesmo para que as colheitas manuais, previstas para meados de abril, ocorram. Colheitas mais tardias significam produtividades menores, retornos reduzidos e uma janela mais estreita para o plantio da próxima safra, além de deixarem os cultivos vulneráveis à chuva e às tempestades de granizo. Mesmo que os agricultores consigam de alguma forma concluir a colheita, em seguida passariam a enfrentar dificuldades para levar os produtos ao mercado, com poucos caminhões disponíveis para o transporte de grandes volumes. Segundo Sudhir Panwar, presidente da associação de produtores Kisan Jagriti Manch, a falta de mão de obra prejudicará severamente os mercados atacadistas do país, podendo até mesmo paralisá-los. Initial plugin text