Diretor do fundo apontou que cada mês em que os setores não essenciais permanecem fechados se traduz em uma queda de 3% no PIB anual. O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou nesta segunda-feira (30) que uma profunda recessão na Europa, devido à pandemia de coronavírus, é uma "conclusão já dada". Segundo o fundo, cada mês em que os setores não essenciais permanecem fechados se traduz em uma queda de 3% no PIB anual.
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"E isso antes de outras perturbações e repercussões no restante da economia serem levadas em consideração", apontou, em nota, o diretor do departamento europeu do FMI, Poul Thomsen. A instituição havia previsto em janeiro um crescimento econômico de 1,3% na zona do euro.
De acordo com ele, nas principais economias da Europa, os serviços não essenciais fechados por decreto representam cerca de um terço da produção.
Itália e Espanha, a terceira e a quarta maiores economias da zona do euro, estão praticamente paralisadas por serem os países mais afetados pela pandemia na região. Outras grandes economias, como Alemanha e França, também aplicaram severas restrições de movimento e atividade.
Thomsen elogiou as medidas adotadas por governos "para colocar em prática grandes estímulos monetários e fiscais para conter o impacto da crise", como a suspensão dos limites de déficit fiscal e os programas de recompra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).
"Não podemos subestimar a capacidade dos líderes da zona do euro para fazer o necessário para estabilizar a economia", comentou.
Na sexta-feira, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que a economia global já estava em recessão e os países devem responder com gastos "muito grandes" para evitar uma cascata de falências e inadimplência nos mercados emergentes.
Thomsen disse nesta segunda-feira que a principal preocupação regional do FMI é com países menores fora da União Europeia, onde a falta de profundidade dos mercados financeiros e o acesso limitado a capital externo dificultarão o financiamento de grandes aumentos em seus déficits fiscais.
Ele disse que a maioria das nove economias emergentes fora da UE na Europa Central e Oriental –excluindo Rússia e Turquia – está buscando financiamento de emergência do FMI a partir de um fundo de 50 bilhões de dólares disponível em programas de estímulo rápido para respostas a coronavírus.
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"É provável que mais países sigam o que já é o maior número de pedidos de assistência recebidos pelo FMI ao mesmo tempo", disse Thomson, acrescentando que o Fundo estava "racionalizando dramaticamente" as regras e procedimentos internos para responder com rapidez, agilidade e escala para a crise.
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