Músico, que morreu no Sul do Brasil, é lembrado pela atuação com baixista na formação original da Casa das Máquinas, banda paulistana da década de 1970. Cargê morre em Caxias do Sul, cidade gaúcha onde se apresentava em pubs e restaurantes Arquivo pessoal Cargê ♪ OBITUÁRIO – O baixista Carlos Geraldo da Silva (1947 – 2020), o Cargê, foi um dos muitos heróis do rock brasileiro que batalharam na cena underground dos anos 1970 para manter vivo no país esse tal de roque enrow. Nessa década, o músico, cantor e compositor gaúcho – nascido em Porto Alegre (RS) – já estava em São Paulo (SP), cidade onde entrou na Casa das Máquinas, integrando a formação inicial da banda paulistana de rock surgida em 1973. Nessa banda, Cargê foi baixista e (segundo) vocalista – e é sobretudo por conta da atuação do artista na Casa das Máquinas que a morte de Cargê na sexta-feira, 6 de março, aos 72 anos, na cidade gaúcha de Caxias do Sul (RS), tem sido notícia no universo pop. Refeita em 2007, a Casa das Máquinas tinha sido desconstruída em 1978, mas, na época, Cargê já debandara, tendo saído da Casa em 1976 após gravar os dois primeiros álbuns da banda, Casa das Máquinas (1974) e Lar das maravilhas (1975), ambos cultuados por roqueiros veteranos. Ainda nos anos 1970, Cargê decidiu partir para a Itália, onde residiu por mais de 20 anos. Quando o rock nacional enfim saiu do underground, em 1982, Cargê já estava longe do Brasil e da efervescente cena pop da década de 1980. Mas deixara rastros no país. No Rio de Janeiro (RJ), cidade para onde migrara aos 18 anos, Cargê começou a se firmar na carreira, como músico, ao longo dos anos 1960, década em que chegou a integrar a banda do então Rei da juventude Roberto Carlos. Tanto que Tim Maia (1942 – 1998), amigo do Rei na juventude, arregimentou Cargê para tocar baixo na gravação original de Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970), um dos sucessos do retumbante primeiro álbum de Tim. Desde 2017 residindo em Caxias do Sul (RS), cidade onde tocava em pubs e restaurantes, Cargê sai de cena como um dos muitos heróis brasileiros que vivem e morrem em função desse tal de roque en row.