Em março, cantora lança EP com regravações de "Anjo" e "Cachorrinho" em parcerias com Lexa e Luísa Sonza. Para ela, pop vive o melhor momento no Brasil, com mais oportunidades. Kelly Key abriu a agenda de shows de Carnaval no bloco Califórnia em Ribeirão Preto (SP) Pedro Fatore/Indie Click/Divulgação Aos 36 anos, Kelly Key decidiu voltar aos palcos com o lançamento de discos que misturam canções inéditas com regravações de sucessos de carreira em parceria com cantoras da nova geração do pop nacional. Durante o Carnaval, a cantora passou por Ribeirão Preto (SP), onde se apresentou no bloco Califórnia e deu uma prévia do EP que será lançado em 6 de março. O trabalho reúne duetos com Lexa e Luísa Sonza. Kelly Key acredita que a retomada da carreira musical surge em meio ao que ela considera o melhor momento da música pop no Brasil, devido à pluralidade de vozes femininas. “Nosso país nunca deu tanto espaço para a música pop quanto hoje. Isso é lindo. A gente tinha poucas meninas em ascensão. Se você procurar lá atrás, é difícil encontrar nomes. [Agora], tem um movimento e tem a história das outras meninas, que pode complementar a sua e fazê-la interessante também.” Kelly Key em cima do trio elétrico no Bloco Califórnia em Ribeirão Preto (SP) Pedro Martins/G1 Saudade dos palcos Após quatro anos sem lançar músicas, Kelly Key assinou em 2019 um contrato com a gravadora Warner Music para produzir três discos. O primeiro foi lançado em outubro, o segundo chega em março e o terceiro está previsto para junho. Em 2015, a cantora havia ensaiado um retorno com um disco de kizomba, um gênero musical africano. Do pop, no entanto, ela estava afastada desde 2009, quando decidiu trabalhar com reality shows musicais na TV e, mais tarde, com um canal no YouTube. Kelly Key diz que o motivo do afastamento foi o cansaço. Mãe de três, ela relembra que queria se dedicar à família, mas não tinha tempo, já que chegava a fazer até 12 shows por semana, além de participar de programas de TV e rádio. Com o tempo, no entanto, a saudade de cantar bateu e a cantora decidiu aceitar o convite da gravadora para retomar a carreira musical. A agenda de shows e compromissos está mais suave, mas o sentimento de entrar no palco continua o mesmo. “Dá sempre um frio na barriga. Podem vir anos e anos, você fazendo 300 shows, mas aquilo vai ser sempre uma coisa especial. Foi o que me fez voltar. Sentia falta dessa sensação”, diz. Kelly Key apostou em pedrarias e macaquinho com franja de paetê para show em Ribeirão Preto (SP) Divulgação Hits regravados com parceiras de peso Prestes a ser lançado, o segundo EP resgata hits como "Cachorrinho", em um dueto com Lexa, "Anjo", gravada com Luísa Sonza, e "Baba". As canções foram lançadas 19 anos atrás e fazem parte do disco de estreia da cantora, que vendeu um milhão de cópias. Ela repete a fórmula do primeiro EP, de 2019, quando regravou "Só Quero Ficar" (2001) com Preta Gil, "É ou Não é Pra Chorar?" (2003) com Cynthia Luz e "Pegue e Puxe" (2006) com Pocah, além do single inédito "Aumenta o Som". Atenta às críticas, Kelly Key adianta que mudou o arranjo musical dos sucessos que regravou e misturou gêneros diferentes – entre eles, o brega-funk, principal aposta do verão, do qual ela é fã. “Já fiz forró, funk, eletrônico, um pouco de tudo. O pop dá bastante liberdade. A gente pode transitar por tudo. Esse é o gostoso do pop. Adoro a música do Brasil, todos os gêneros, de cabo a rabo”, diz. As canções dos próximos EPs já estão prontas. Já os clipes serão gravados após a maratona de shows de Carnaval, que terminou no Rio de Janeiro (RJ) com o bloco Baba Baby. Kelly Key no clipe de "Baba", lançado em 2001 YouTube/Reprodução Aceitação do pop, mas com ressalvas Kelly Key considera que a visão que o público, a crítica e as emissoras de rádio têm da música pop mudou ao longo dos anos, graças ao sucesso das cantoras com quem ela tem feito parcerias – muitas das quais eram crianças quando ela começou a carreira, no início da década de 2000. “[Hoje], te olham diferente. Não como se você fosse uma aberração da natureza, sua música fosse horrorosa e você fosse sem conteúdo.” Apesar disso, a cantora afirma que a luta pelo protagonismo e pelo respeito profissional ainda persiste. “Pelo pop trazer toda essa questão que envolve corpo, sensualidade, sofremos preconceito. Já quebramos muitas barreiras, mas a gente ainda tem um longo caminho a percorrer. Hoje, a mulher tem poder.” Kelly Key no trio elétrico do Bloco Califórnia em Ribeirão Preto (SP) Pedro Martins/G1 *Sob a supervisão de Thaisa Figueiredo Veja mais notícias da região no G1 Ribeirão Preto e Franca