RIO – Com shows das americanas, estrelas internacionais, Lizzo e Billie Eilish (que cantou seu tema de James Bond, "No time to die"), a cerimônia de entrega do Brit Awards, na noite de terça-feira, em Londres, cumpriu o seu papel de grande espetáculo de TV. Mas também chamou a atenção, com os seus premiados, para uma nova geração de artistas britânicos que está pronta para conquistar o mundo. Abaixo, os cinco nomes da noite aos quais se deve prestar atenção.
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Lewis Capaldi
Um Brit Awards de Melhor Artista Novo consagra a meteórica ascensão do cantor e compositor escocês de 23 anos (que já havia ganhado o BA de Artista Ascendente no ano passado). Com sua voz grave, de acento soul, e um rosto imberbe que o faz parecer bem mais novo do que é, Lewis Capaldi era conhecido no colégio como o gordinho que cantava no quarto e publicava vídeos na internet. Com a canção "Bruises", ele se tornou o primeiro artista sem gravadora a passar dos 25 milhões de execuções no Spotify — hoje, é também uma sensação nas redes sociais, com suas postagens engraçadas.
Em novembro de 2018, já em uma gravadora, Lewis lançou "Someone you loved", canção que foi para o primeiro lugar da parada inglesa e que, nos Estados Unidos, subiu lentamente até o número 1, sendo indicada ao Grammy de Canção do Ano em 2020. Em maio, saiu o álbum de estreia "Divinely uninspired to a hellish extent", que também chegou ao topo da parada inglesa (e 20° lugar na americana). Com uma música entre o folk e as baladas, sempre muito emotiva, tudo indica que o cantor possa repertir a trajetória de dominação mundial do astro ruivo inglês Ed Sheeran.
Detalhe: apesar de não ter qualquer relação com Jim Capaldi (baterista do grupo Traffic, que morou no Brasil e até gravou uma versão de "Anna Júlia", dos Hermanos, com o amigo George Harrison na guitarra), Lewis é primo distante de Peter Capaldi, famoso por protagonizar a série de TV "Doctor Who" entre 2013 e 2017. Peter participou do vídeo de "Someone you loved".
Mabel
Nascida em Málaga, na Espanha, filha da estrela pop dos anos 1990 Neneh Cherry, a britânica Mabel é, aos 23 anos de idade, a nova esperança do Reino Unido em fincar sua bandeira no mercado pop americano e nos do resto do mundo. Lançado em agosto do ano passado, seu álbum de estreia "High expectations" trouxe o hit "Don't call me up" (que a levou ao terceiro lugar da parada britânicas e boas posições nas de outros países europeus) e mais alguns candidatos a sucesso, como "God is a dancer" (com o superstar DJ holandês Tiësto).
O Brit Awards de Melhor Artista Solo Feminina Britânica talvez melhore a sorte de seu disco, um bom exemplar de pop contemporâneo, melódico (Mabel é boa cantora) e cuidadosamente produzido, numa cena já ocupada por nomes como Dua Lipa e Tove Lo.
Stormzy
Primeiro artista do rap britânico escolhido para ser atração principal do festival de Glastonbury, no ano passado, Stormzy é a grande estrela do grime — a mutação inglesa do hip hop — e foi apontado pelo "New York Times" como o nome que pode liderar a invasão do gênero nos Estados Unidos. Isso, graças ao álbum "Heavy is the head", lançado em dezembro, que chegou ao primeiro lugar das paradas inglesas e valeu ao rapper de 26 anos o Brit Awards de Melhor Artista Solo Masculino Britânico.
Com um flow cristalino, tendências políticas de esquerda e refrões cativantes, Stormzy é adorado por figuras tão diversas quanto o líder trabalhista Jeremy Corbyn e a cantora Adele, em cuja festa de aniversário se apresentou. Seu álbum de estreia, de 2017, foi o primeiro disco independente a chegar ao topo da parada britânica.
Celeste
Um dos nomes da música para se prestar atenção em 2020, segundo recomendações de publicações como os jornais "Guardian", "Independent" e "New Musical Express", a cantora americana criada na Inglaterra lançou seu single de estreia em 2016 pelo selo da cantora Lily Allen e desde 2017 vem excursionando com o cantor Michael Kiwanuka.
Movendo-se entre o soul e o jazz, a Artista Ascendente deste ano do Brit Awards ainda não lançou um álbum, só singles e EPs. Compações com Amy Winehouse e Adele ajudam a cantora de 25 anos, mas não fazem justiça ao seu potencial. Ano passado, ela lançou "You do something to me", colaboração com o mito do rock inglês Paul Weller.
Dave
Um dos "parças" queEd Sheeran convocou ano passado para participar de seu disco "No. 6 collaborations project", o inglês filho de nigerianos David Orobosa Omoregie, de 21 anos, é uma das grandes novas estrelas do grime: lançado no começo de 2019, seu álbum de estreia, "Psychodrama" (que ganhou o Brit Awards de Álbum Mastercard do Ano), chegou ao primeiro lugar da parada inglesa e valeu ao artista o Mercury Prize de 2019.
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Elogiado pela crítica, Dave brilhou no festival de Glastonbury, em junho passado, quando um fã subiu ao palco com ele para cantar "Thiago Silva", rap que fala do zagueiro brasileiro.