RIO – José Mojica Marins, o Zé do Caixão, que morreu nesta quarta-feira em decorrência de uma broncopneumonia, teve uma vida repleta de curiosidades. Seu personagem virou filme, programa de TV, livros, literatura de cordel, linha de produtos cosméticos, xampus e marca de cachaça, de acordo com “Maldito”, lançada pela editora Darkside. Outra curiosidade é que Mojica nasceu numa sexta-feira 13.
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Mojica era filho de espanhóis: Carmen e Antônio. Seu pai era toureiro e chegou a seguir a profissão quando chegou ao Brasil. O cineasta sempre contou com a ajuda deles para fazer sua arte. Seus pais vendiam até móveis da própria casa para ajudar o filho a financiar seus primeiros filmes, no final dos anos 1940.
Com recursos precários, improvisou o seu primeiro estúdio no galinheiro da casa de um vizinho, com um projetor alugado (com dinheiro do seu pai). O detalhe triste é que para isso matou todas as galinhas com veneno de rato. "Aí, pronto, limpamos tudo aquilo, acabamos com as galinhas e fizemos daquilo o meu primeiro estúdio, que também funcionava como um salão de baile", contou ele, em um relato para o Portal do Cinema Brasileiro, em 2007.
Tudo começou em um pesadelo
Foi durante um pesadelo, sonhado no início de 1963, que o inferno acenou pela primeira vez para Marins. O diretor tinha então 27 anos e já contabilizava dois longas-metragens em seu currículo: o faroeste “Sina de aventureiro” (1957) e o drama “Meu destino em suas mãos” (1961). No sonho, ele era arrastado para uma cova por um homem todo de preto, que tinha seu rosto.
Matheus Nachtergaele:'Zé do Caixão era o nosso Carlitos'
Ao despertar assoberbado, com a imagem daquele sujeito na cabeça, ele criou um dos personagens mais famosos da história do cinema brasileiro: o coveiro Josefel Zanatas, conhecido (e temido) ao longo de seus 51 anos de existência pela alcunha de Zé do Caixão.