Neste sábado, a partir das 21h, a programação noturna conta com uma festa que serve de vitrine para bandas locais. Músicos que sustentam a bandeira da independência querem mostrar que Campo Grande tem trabalhos consolidados e identidade cultural que, às vezes, acabam camuflados pela falsa ideia de que não há banda produzindo música por aqui.
Na contramão disso, as bandas não sobem ao palco para fazer o “mesmo”. Com canções sem temática fixa, elas falam de questões existenciais, reflexos do mundo, do ser, do amor e dia a dia. Mais do que isso, fortalecem, também, um cenário de música alternativa que, embora aconteça há bastante tempo, sofre com a falta de espaço e incentivo.
O evento reunirá as bandas Gobstopper, Polinésia e Peixes Entrópicos no espaço que pertence ao empresário George Van Der Ven, dono do Holandês Voador, local conhecido pela abertura para bandas autorais. “Acredito no potencial criativos dos artistas daqui. Suas obras têm qualidade e performance tanto quanto figuras consagradas no meio nacional ou internacional”, diz o empresário.
Para os músicos, ser independente é saber que há altos e baixos, mas que é preciso continuar fazendo música. “Os eventos independentes com bandas autorais, em Campo Grande, já acontecem há bastante tempo. Essa é mais uma edição daquilo que a gente sempre se propõe a fazer, e realiza várias vezes ao ano, que é juntar alguns grupos de música do nosso nicho (que não é restrito, existem muitas bandas de tudo quanto é gênero e identidade) e colocar pra tocar em algum espaço cultural parceiro que nos receba”, explica o músico João Abdo, da Peixes Entrópicos.
Por isso, os músicos não acatam a falta de espaço e resistem desenvolvendo meios de continuar tocando, a auto-gestão e colaboratividade são exemplos desses meios. “Para a realização de encontros sonoros, a gente se organiza bem, eu diria. Cada um ajuda naquilo que pode e pronto: temos um evento marcado! A ideia é poder continuar a fazer nosso som para as pessoas, melhorando a qualidade de vida delas com o potencial transformador da música”, completa.
Em troca, os músicos recebem o carinho das pessoas que comparecem aos eventos e adquirem cd’s, adesivos, camisetas, cantam as músicas e se sentem felizes com a troca. “Algumas se identificam tanto com o movimento que passam a fazer música também”, afirma.
Fonte: CG News