20th Century Fox: estúdio foi comprado pela Disney em 2017 (20th Century Fox/Divulgação)
Uma das marcas mais renomadas do mundo do entretenimento deixou de existir. A Disney anunciou nesta sexta-feira 17 que vai deixar de usar o nome “Fox” no estúdio 20th Century Fox, que a companhia comprou em 2017. A companhia agora passará a se chamar somente 20th Century Studios.
O estúdio fazia parte do grupo 21st Century Fox (cujo nome está um século adiante). O conglomerado de mídia inclui de séries como Os Simpsons e canais como National Geographic. O nome geral do grupo já havia deixado de existir com a fusão, quando seus departamentos foram incorporados à outros braços da Disney. Agora, chegou a vez do estúdio 20th Century Fox.
A mesma mudança anunciada nesta semana valerá também para o estúdio Fox Searchlight, que passará a se chamar Searchlight Pictures.
A aquisição do grupo 21st Century Fox custou à Disney 71,3 bilhões de dólares e só foi finalizada em 2019, após aprovação de órgãos reguladores em diversas partes do mundo.
Segundo o jornal The New York Times, boa parte da motivação para abolir o nome “Fox” das empresas vem do desejo de se afastar das polêmicas do canal de notícias Fox News, que pertence ao empresário Rupert Murdoch e é grande apoiador do presidente americano, Donald Trump.
O movimento acontece sobretudo em um cenário em que a comunidade cinematográfica vem se unindo em torno de movimentos como o “Me Too” (que pede a valorização das mulheres no cinema e fim do assédio), que tem declarações anti-feministas de Trump como alguns dos alvos. A mudança de nomes feita pela Disney acontece também no mês em que estreou no mundo inteiro o filme “O escândalo”, sobre um ex-executivo da Fox acusado de assédio.
A Fox News fazia parte do grupo 21st Century Fox, mas não foi comprado pela Disney e hoje faz parte do grupo de empresas que continuou com Murdoch após a venda. O atual grupo de Murdoch passou a ser chamado de Fox Corporation.
A história da Fox
Murdoch tomou controle da 21st Century na década de 80. O estúdio 20th Century Fox, um dos seis maiores produtores de sucessos de Hollywood, era um dos principais ativos do conglomerado de mídia.
O estúdio surgiu oficialmente em 1935, mas o nome “Fox” passou a ser presença constante em filmes de Hollywood já em 1915. Na ocasião, o imigrante húngaro William Fox fundou um estúdio que levava seu nome, batizado de Fox Film Corporation. A crise de 1929 fez a empresa ter de se juntar a uma concorrente, a Twentieth Century Pictures, o que levou à criação do 20th Century Fox em 1935.
A mudança no nome feita pela Disney veio para valer, e o e-mail dos funcionários do estúdio já foi alterado. O nome “Fox” também vai sair dos logos das empresas, mas a imagem do logo, já clássica no mundo do cinema, vai permanecer.
A nova cara da empresa vai ser mostrada ao público pela primeira vez em fevereiro, quando estreiam os filmes “Downhill”, pela Searchlight Pictures, e “The Call of the Wild”, com participação do ator Harrison Ford, pela 20th Century (os filmes ainda não possuem nome em português).
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O ano de 2020 tende a ser de consolidação para a Disney. Além de fazer a digestão de todos os produtos da 21st Century comprados há dois anos, a empresa verá os primeiros resultados do Disney+, serviço de streaming que foi ao ar em novembro e juntou todo o imenso portfólio da empresa para brigar com concorrentes como Netflix, HBO e Amazon Prime Video.
Com a fusão, o Disney+ conta tanto com clássicos da Disney (e de suas empresas, como a Pixar) quanto com produtos da 21st Century, como a série de desenhos “Os Simpsons”. Em dois meses no ar em países como Estados Unidos e Canadá — e ainda sem chegar à Europa e ao Brasil –, o Disney+ já teve mais de 40 milhões de downloads somente em celulares.
Streaming à parte, a produção de conteúdo também teve cifras recordes na Disney nos últimos meses: com sucessos como O Rei Leão e Aladdin refeitos, e sequências como Frozen 2, a empresa superou 11 bilhões de dólares em bilheteria.
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