Turistas estão evitando Veneza por causa de uma série de marés excepcionalmente altas no mês passado, e a queda nas reservas dos hotéis cria mais uma preocupação para a cidade. Turistas caminham em ruas alagadas de Veneza Miguel Medina/AFP Amada em todo o mundo por seus canais, sua arquitetura histórica e sua arte, Veneza sofreu em meados de novembro sua pior semana de inundação desde que os registros tiveram início em 1872 – foram quatro marés acima de 1,40 metro em meros sete dias. Embora as águas tenham recuado rapidamente, imagens de uma cidade submersa ficaram na consciência pública, e hoteleiros relataram uma taxa inicial de 45% de cancelamentos, acompanhada por uma escassez de novas reservas. "Normalmente, neste período estamos sem vagas para a véspera de Ano Novo e começamos a receber reservas para o Carnaval (em fevereiro), mas tudo está parado no momento", disse Claudio Scarpa, chefe da associação de hoteleiros venezianos. Veneza atrai mais de 25 milhões de visitantes por ano, e a indústria turística rende cerca de 3 bilhões de euros anualmente para a grande quantidade de hotéis e lojas. Enchentes em Veneza causam prejuízos devastadores "Foi um verdadeiro desastre", disse Cristina Giussani, chefe da associações de lojistas Confesercenti. "Quase 95% das lojas sofreu algum tipo de dano (das marés), mas trabalhamos duro e em menos de uma semana tudo estava limpo e funcionando." Ela disse que, se as pessoas querem ajudar Veneza a se recuperar, deveriam ir à cidade fazer suas compras de Natal. O prefeito, Luigi Brugnaro, estima que a inundação de novembro causou estragos de cerca de 1 bilhão de euros. Mas Antonello De' Medici, chefe da associação turística local Federturismo Veneto, disse que as pessoas de fora não se deram conta do recuo rápido das águas, o que significa que a maior parte da cidade estava operando 24 horas mais tarde. "Veneza é uma cidade resistente, capaz de se recuperar como poucas outras no mundo", opinou.