Local é ótimo para conhecer a trajetória da humanidade e perceber as grandes semelhanças que unem todos os povos do mundo. Museu do Homem conta a história da humanidade, em Paris
Na crônica do Jornal Hoje deste sábado (7), o repórter Rodrigo Alvarez mostra como o Museu do Homem, em Paris, na França, conta a história da humanidade.
Ao lado da Torre Eiffel, na belíssima esplanada dos direitos humanos, este edifício do começo do século passado conta um pouco da história de todos nós.
Logo na entrada do Museu do Homem somos lembrados de que o ser humano é multicolorido. E que viemos todos do mesmo lugar.
E se aventura humana começou há pelo menos dois milhões de anos, foi só recentemente, quer dizer… há uns 100, 200 mil anos… que ficamos parecidos ao que somos agora.
Esse é um crânio raríssimo, um dos quatros crânios de homens encontrados em Cro-Magon aqui na França, em 1968. É incrível né? Esse efeito que dá o reflexo do espelho como se eu pudesse entrar nesse crânio que na verdade é um ancestral de todos nós humanos, homo sapiens modernos.
Os humanos encontrados no sítio arqueológico de Cro-Magon já eram biologicamente como nós. Ainda eram nômades, mas usavam ferramentas de pedra, tocavam música no interior das cavernas, faziam desenhos e esculturas – como a Vênus de Lespugue, uma das estrelas deste museu.
“É uma figura emblemática que está em todos os livros de arte sobre a pré-história. É uma peça muita antiga, com 24 mil anos, encontrada numa caverna dos pirineus franceses. Esculpida numa presa de mamute. E que apresenta uma mulher com todos os atributos femininos… é antiga mas ao mesmo tempo tem uma modernidade incrível", diz o diretor do museu André Delpuech.
Mas será que os homens da idade da pedra sabiam que eram grandes artistas?
"o objetivo deles era criar imagens para rituais… há todo um simbolismo. Mas a ideia não era fazer arte.como os desenhos representados por exemplo nas cavernas de chauvet ou lascaux. Não é uma galeria de arte… é um lugar onde aconteciam muitos rituais", afirma o diretor do museu.
Também fica evidente no museu do homem o fascínio que nos exercem aqueles humanos de ombros largos e queixo protuberante.
Essa mulher neandertal foi reproduzida em cera, uma reconstituição a partir de fósseis de um tipo de humano que conviveu por milhares de anos com os homo sapiens. A realidade é que os neandertais perderam a batalha dos nossos antepassados.
Bom, essa aqui é uma reprodução em cera mas seguindo exatamente as medidas dos fósseis que foram encontrados, comprovando a existência de uma espécie humana desse tamanho aqui, ao mesmo tempo que nós. Esses humanos viviam numa ilha, isolados do mundo, precisavam comer pouco, faltava comida, e assim por um processo de seleção natural a espécie foi diminuindo. A evolução para eles, a sobrevivência, significou diminuir, e assim eles sobreviveram por muitos anos.
Os homo floresiensis viveram onde hoje é a indonésia até aproximadamente 50 mil anos atrás.
E esse museu dedicado à humanidade deseja também mostrar o quanto alguns humanos estiveram errados em seus julgamentos. E ainda estão.
“Queremos mostrar que há uma unidade humana, e que somos os mesmos, geneticamente falando. E que a variação que vemos, a cor da pele, a cor dos olhos, etc, é totalmente periférica… somos a mesma espécie. Somos diversos mas da mesma espécie. E a noção de raça é algo inventado pela ciência do século 19. Não existe a raça humana. Existe a espécie humana, que é o homem moderno, que somos todos nós, finaliza André Delpuech.