Perspectiva do Platina 220, prédio comercial mais alto da capital (Porte Engenharia/Divulgação)
Depois de lançar o prédio residencial mais alto de São Paulo no Tatuapé, zona leste da capital paulista, a Porte Engenharia está construindo o edifício corporativo mais elevado da cidade. A empresa prevê um crescimento de 30% para 2019, com projetos pensados exclusivamente para esta região.
O Platina 220, como foi batizado o futuro gigante comercial, terá 46 andares e 19 elevadores. O edifício deve ficar pronto em junho de 2021 e faz parte de um complexo de seis empreendimentos, que em sua primeira fase tem valor geral de vendas (VGV) estimado de 1,8 bilhão de reais.
O projeto foi concebido a partir de uma demanda ainda não atendida por espaços comerciais e escritórios de alto padrão na região, onde a construtora atua desde 1986. “A Porte nasceu de uma carência da região por projetos de alto padrão. Temos muito conhecimento na área, o que nos diferencia de grandes players que atuam em âmbito nacional”, diz Igor Melro, diretor comercial da empresa.
O Platina 220 está inserido em um complexo entre as estações Carrão e Belém da Linha 3 – Vermelha do Metrô. Batizado de “Eixo Platina”, o empreendimento terá lojas em sua base, um hotel de cerca de 180 leitos, centro de convenções, coworking, cinema e um teatro, com 1 400 lugares e estrutura pronta para receber grandes produções.
Perspectiva do Platina 220, prédio corporativo mais alto da capitalPerspectiva do Platina 220, prédio corporativo mais alto da capital (Porte Engenharia/Divulgação)
O primeiro prédio do Eixo Platina, de salas comerciais, já foi entregue. Cerca de 50% das lojas do complexo já está contratada. “Todo empreendimento lançado na região é consumido”, destaca Melro.
Extravagância?
A Porte também está erguendo o edifício residencial mais alto de São Paulo, o Figueira Altos do Tatuapé, com 50 andares – um apartamento por andar. O projeto foi aprovado antes de 2014, data da mudança do Plano Diretor da capital paulista, que restringe empreendimentos dessa altura.
Melro afirma que existe uma demanda muito forte por prédios altos em São Paulo, o que é comum também em grandes centros urbanos no mundo, como Nova York e Seul. “Procuramos comprar terrenos grandes, que possam dar espaço no entorno do empreendimento e evitar questões como sombra o dia todo”, justifica.
Prova desse desejo, acrescenta, é que o Figueira começou a ser construído com mais de 90% das unidades vendidas. “Hoje, temos apenas um apartamento à venda.”
Transformação
O diretor da Porte acredita que arquitetura e urbanismo podem ser uma ferramenta de transformação. Segundo ele, muitos moradores que cresceram na zona leste não querem sair da região, mas muitas vezes são obrigados porque o emprego está em outras localidades distantes da cidade.
A zona leste de São Paulo tem mais de 4,5 milhões de habitantes. Uma parcela considerável se desloca, diariamente, para trabalhar principalmente na zona sul, centro financeiro do país. “Mais de 2,5 milhões de pessoas se deslocam da zona leste para outras regiões todos os dias”, afirma Melro.
Neste cenário, ele ressalta que a ideia é oferecer opções de moradia, trabalho e lazer na zona leste. “Queremos que o Eixo Platina seja um modelo replicável. Quem ascende na zona leste quer opções na região.”
A Porte já entregou cerca de 50 empreendimentos, entre eles o hospital São Luiz, da rede D’Or, no Jardim Anália Franco, Tatuapé. “O diferencial da Porte é a experiência na zona leste. Hoje, não vejo concorrência para nós.”