Cartão da Neon Pagamentos: empresa recebeu aporte que incluiu o banco Votorantim (Neon/Divulgação)
A disputa entre os bancos digitais fica cada vez mais acirrada. A fintech Neon, que oferece produtos como conta de pagamentos digital e cartão de crédito, recebeu investimento de 400 milhões de reais do fundo General Atlantic e do Banco Votorantim.
O aporte foi um dos maiores de série B no Brasil, isto é, voltado a empresas com modelo de negócio já consolidado e foco em expansão dos serviços.
Fundada em 2016, a Neon tem atualmente 2 milhões de contas ativas, e pretende usar o aporte sobretudo para levar a marca para capitais fora do eixo Rio-São Paulo, com investimentos em marketing, além de ampliar a oferta de produtos, com novas modalidades de crédito e opções de investimento. Hoje a Neon tem 600 funcionários, e os recursos também serão usados para contratações e melhorias na tecnologia.
É a segunda rodada de aportes da Neon, que já havia recebido 72 milhões de reais em maio de 2018, em uma rodada série A, voltada a negócios ainda em estágio menor. Também participaram do aporte desta vez os fundos Monashees, Omidyar Network, Propel, Quona e Mabi, que já haviam investido na primeira rodada, em 2018.
Pedro Conrade, fundador da Neon, afirma em nota que o o negócio se manterá independente e que a rodada “chancela nosso modelo de negócios e nos dá fôlego para seguir crescendo em um ritmo ainda mais intenso”.
Concorrência
A Neon concorre com uma dezena de bancos digitais que pipocaram nos últimos anos oferecendo contas e serviços a taxas menores, como Nubank, com 10 milhões de usuários, Inter, com mais de 3 milhões de contas e Next, do Bradesco, com mais de 1,4 milhões de clientes.
Dentre as carteiras digitais, ferramentas que guardam dinheiro e realizam transações financeiras sem serem necessariamente um banco, estão entre as líderes do mercado estão nomes como o PicPay, que tem mais de 10 milhões de usuários, e o Mercado Pago, carteira digital do Mercado Livre e que tem mais de 6 milhões de usuários ativos nos países em que opera, como Brasil, Argentina e México.
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Recentemente, o Itaú também colocou no ar a iti, sua carteira digital. Varejistas brasileiras também vêm intensificando os investimentos em braços financeiros, com ferramentas como a carteira digital Ame (da B2W) e o BanQi (da Via Varejo).
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, em cada dez pessoas que usaram cartão de crédito nos últimos 12 meses, duas usam serviços de fintechs.
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Neste ano, um dos movimentos de expansão da Neon para se manter foi a aquisição da MEI Fácil, que oferece serviços para pessoa jurídica (PJ) na categoria Microempreendedor Individual (MEI), com faturamento de até 81.000 reais por ano. A MEI Fácil tem um aplicativo que permite ao usuário PJ pagar facilmente seus impostos, gerar notas fiscais e checar informações sobre a conta, sem necessidade de ir ao site oficial do governo.
A Neon afirma que, dos cerca de 9 milhões de MEIs no Brasil, 1 milhão (cerca de 13%) passa pela MEI Fácil. A tendência é que esse número aumente com o advento de novas modalidades de emprego na economia compartilhada, como motoristas e entregadores, que podem se formalizar como MEI e passar a ter direitos como aposentadoria e proteção no caso de acidentes de trabalho.
Após ter rompido barreiras com contas gratuitas e sem taxas para pessoas físicas, a tendência é que as fintechs passem a oferecer cada vez mais serviços para pessoa jurídica. O Nubank também começou em outubro a testar uma conta PJ, que ainda não foi oficialmente lançada.