PETRÓLEO: bônus menores podem ser incentivo a uma maior participação no leilão desta quinta-feira (Germano Lüders/EXAME)
São Paulo — Após o frustrante megaleilão da cessão onerosa do pré-sal, ontem, o Rio de Janeiro volta a ser palco de um importante leilão de blocos de petróleo. E algumas particularidades deste evento em específico trazem esperança de uma volta por cima — embora a oferta de hoje seja muito menor que a de ontem.
Serão oferecidos, hoje, cinco novos blocos de exploração nas bacias de Santos e Campos: Aram, Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava. O volume de exploração não foi declarado, ao contrário do que aconteceu ontem, e a estimativa de tempo de para a fase de exploração também é maior, ampliando o prazo para os primeiros resultados a sete anos (ante três na cessão onerosa).
O leilão é terceiro de uma série de ofertas programadas pelo governo para este ano. Na primeira, em outubro, 12 das 36 áreas ofertadas foram concedidas, com uma arrecadação considerada boa de 8,9 bilhões de reais, um recorde para blocos sem áreas de pré-sal. A segunda, como se sabe, foi ontem, com bônus totais de 69 bilhões de reais por dois campos do pré-sal, ante a expectativa de 106 bilhões por quatro blocos.
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Esta oferta de hoje é um híbrido entre as duas anteriores: oferece blocos do pré-sal, com regime de partilha com o governo, mas com bônus de assinatura menores, o que pode aumentar o apetite de grandes petroleiras e atrair também médias empresas. O valor estimado dos bônus de assinatura é de 7,8 bilhões de reais, com blocos que variam de 500 milhões a 5 bilhões de reais.
No total, 17 petroleiras estão habilitadas (mais que as 14 de ontem). Entre elas estão a Petrobras, as chinesas CNOOC e CNODC, gigantes como Shell e BP, além de um grupo de empresas menos conhecidas como a brasileira Enauta (antiga Queiroz Galvão Exploração e Produção). A Petrobras manifestou interesse em três blocos: Aram, Norte de Brava e Sudoeste de Sagitário.
Entre os fatores que podem jogar contra o leilão de hoje está o excesso de ofertas feitas num pequeno intervalo de tempo — ao todo serão três leilões em menos de um mês. Grandes executivos de algumas petroleiros não vieram ao Brasil para a oferta de ontem, e não estarão aqui hoje. As incertezas com a economia global, o excesso de oferta de petróleo, a falta de segurança jurídica e econômica no Brasil, indenizações pouco claras à Petrobras, a má divulgação internacional das ofertas e as ressalvas ao modelo de partilha também são fatores apontados como empecilhos para o sucesso dos leilões. A ver se o de hoje deixa os poréns em segundo plano.