Opção de viagem tem atraído gente do mundo todo para cá; prática exige regras para a segurança de pessoas e animais. Observação de onças-pintadas Entre os sonhos de muitos admiradores da natureza, um, com certeza, é compartilhado pela maioria: ver de perto uma onça-pintada. Essa missão, que sempre foi considerada algo difícil e perigoso, hoje é uma prática de turismo ecológico que tem movimentado milhões. No Pantanal Norte (MT), na região de Porto Jofre, é possível dizer que as onças têm endereço. A prática de observação destes animais começou por volta dos anos 2000. No começo, era difícil encontrar as onças, mas hoje elas cruzam o caminho de quem navega pelos rios do Parque Estadual Encontro das Águas. A equipe do TG, em poucas horas de navegação, consegue avistar duas, um macho e uma fêmea. A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior felino do mundo, ficando atrás apenas dos tigres e leões. Pode pesar até 150 quilos e medir quase dois metros de comprimento. E é dela a mordida mais forte entre todos os felinos. A onça-pintada no Brasil é uma habitante das regiões de matas alagadas Ananda Porto/TG Depois de se exibir com toda elegância e imponência, as onças seguem o seu caminho. A tranquilidade do animal, mesmo próximo dos barcos, indica que ele parece ter se acostumado com a presença do homem. “Ao longo dos anos, como a região tem muitos pescadores, elas acabaram se acostumando com a presença do homem”, conta Fernando Tortato, pesquisador da ONG Panthera Brasil. Para a observação das onças, é preciso muito organização. De acordo com a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente, é preciso manter uma distância mínima de 10 metros da onça que estiver na margem do rio e 30 metros da que aparecer em terra firme. Não é permitido alimentar as onças e nem cevá-las. É expressamente proibido atrapalhar a travessia da onça na água ou em qualquer outro percurso. O turista não pode, de forma alguma, tentar atrair a atenção do animal e é necessário permanecer em silêncio. Além destas regras, os guias e operadores criaram uma associação para garantir a qualidade e a segurança do turismo de observação. Muitos estrangeiros têm procurado pelos pacotes que incluem a observação de onças. De acordo com uma pesquisa da ONG Panthera Brasil, este tipo de turismo já movimenta R$ 25 milhões por temporada, período entre junho e outubro.