Especialistas do Brasil e de outros países debateram, de quarta (23) a sexta-feira (25), como a arquitetura, a religião, as artes, as tradições e os bens históricos que compõem o chamado Turismo Cultural podem fomentar sustentabilidade econômica e social. Reunidos em Porto Alegre (RS), eles participaram do Seminário Internacional sobre Potencial Econômico do Patrimônio em sua Dimensão Turística e do 6º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial.
“Este seminário buscou oferecer espaço para promover e debater ideias inovadoras, boas práticas e experiências de sucesso em gestão patrimonial e turística no Brasil e no mundo”, destacou a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa. Realizado em parceria com a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio (OCBPM), a proposta foi debater os usos do Patrimônio Cultural como vetor de desenvolvimento do turismo no Brasil.
Presente ao evento como representante do ministro da Cidadania, Osmar Terra, o secretário de Difusão e Infraestrutura Cultural, Paulo Nakamura, destacou o ineditismo da atividade. “É uma iniciativa pioneira, que alinha turismo e cultura. Estamos juntando e trabalhando esses dois vetores”, afirmou. “Em abril, o governo criou a Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial. A partir daí, está sendo realizada uma série de iniciativas visando entender, fomentar e reunir especialistas em torno desse assunto. É necessária uma coordenação de forma inteligente das mais diversas áreas envolvidas para que o sistema turístico-histórico, o turismo cultural, se desenvolva. Todos os atores devem trabalhar de forma coordenada, buscando sempre o aprimoramento e o fortalecimento dessa questão”, completa.
Os eventos fazem parte da campanha Patrimônio Cultural do Sul: Turismo Cultural como ativo para o desenvolvimento das cidades históricas, que visa a debater os desafios da intersecção entre turismo e Patrimônio Cultural. Em 2019, a campanha é voltada à região Sul do Brasil em suas mais variadas manifestações – considerando o potencial econômico e a preservação de seus bens culturais.
Em 2019, o Seminário e o Encontro também estão inseridos na iniciativa do governo federal Patrimônio + Turismo, cujo objetivo é aliar turismo, cultura e desenvolvimento socioeconômico. Desde o início do ano, o governo federal vem realizando ações no intuito de ampliar noções sobre o turismo no Brasil, dentre as quais a Política Nacional de Gestão Turística dos Sítios Patrimônio Mundial, que cria diretrizes para o turismo sustentável nos 22 sítios brasileiros reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como o Parque Nacional do Iguaçu (PR) e as Ruínas de São Miguel das Missões (RS).
Os debates refletiram o contexto das transformações em curso em âmbito internacional, como aqueles que vêm se produzindo, por exemplo, em Portugal, Espanha, México, Colômbia e outros países latino-americanos. Já no caso brasileiro, Tradições Doceiras da Região de Pelotas e Antiga Pelotas (RS), bem registrado no Livro de Saberes como Patrimônio Cultural do Brasil, passam a ser um dos objetivos do turista cultural, que busca aprender e descobrir manifestações, culturas alimentares, música e memórias. E nesse campo reside a ponte entre Patrimônio Cultural e desenvolvimento – base de cadeias turísticas a mobilizar comunidades, instituições públicas, organizações do terceiro setor e empresas.
Revista do Patrimônio
Durante o seminário, foi realizado o lançamento das edições de nº 39 e 40 da Revista do Patrimônio, publicação organizada pelo Iphan desde 1937. As duas edições têm como tema, respectivamente, Gestão Turística em sítios patrimoniais: boas práticas internacionais e, ainda, Dimensão turística no Brasil e Região Sul: oportunidades e desafios para a gestão patrimonial.
A programação inclui, ainda, a abertura da exposição itinerante 7 Povos – Retratos de um território, que ficará à disposição do público no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS). A mostra reúne fotos, filmes, mapas interativos e documentos sobre a História da formação territorial e cultural do Brasil a partir das missões jesuítico-guarani na região Sul, iniciadas ainda no século XVI. Promovida a partir da parceria entre Iphan, Unesco e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a exposição marca mais uma etapa da cooperação cultural entre os países membros do Mercosul e deve passar, em 2020, pelas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Montevidéu, no Uruguai.
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