Curitiba/PR – O Brasil foi protagonista na abertura da reunião de ministros da Cultura do BRICS, que ainda reúne os países África do Sul, China, Índia e Rússia. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, abriu o evento ocorrido na manhã desta sexta-feira (11), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Na ocasião, Osmar Terra, responsável pela gestão de políticas públicas nas áreas da cultura, do desenvolvimento social e do esporte no Brasil, reforçou a importância da sinergia entre diversas áreas e da parceria com os países-membros do bloco político-econômico. Para o ministro, a economia criativa deve ser potencializada entre as nações, com foco no estímulo à inovação e na geração de emprego e renda.
“No Brasil, a economia criativa abrange um conjunto de atividades e práticas culturalmente produtivas que abrangem uma ampla gama de setores, como o audiovisual, editorial, musical, teatral, museológico, de patrimônio histórico. Tenho certeza de que esta reunião representará um novo patamar das relações entre nossos países no tema da economia criativa e suas múltiplas áreas”, concluiu.
O secretário de Comunicação Social e Cultura do Paraná, Hudson José, falou sobre oportunidades de parceria que o encontro possibilitou. “Existe uma palavra que define esse encontro aqui: integração. Esta é uma possibilidade de parceria para que a gente possa desenvolver a cultura e o turismo” destacou.
Representando os países do BRICS, estavam presentes à reunião o ministro de Cultura da Índia, Prahlad Singh Patel; o vice-ministro de Cultura da República Popular da China, Zhang Xu; a vice-ministra de Cultura da África do Sul, Nocawe Manfu; e o diretor do Departamento de Museus e Relações Exteriores do Ministério de Cultura da Rússia, Vladislav Kononov. O secretário especial da Cultura, Ricardo Braga, o secretário do Audiovisual, Ricardo Rihan, e o secretário da Economia Criativa, Cezar Schirmer, também representaram o Ministério da Cidadania durante o encontro.
Crescimento e cooperação
Durante a reunião, o ministro Osmar Terra propôs que os países do BRICS se unam para capacitar empreendedores culturais com o objetivo de criar novos negócios em economia criativa. Neste sentido, sugeriu que os representantes culturais se aproximem do Grupo de Trabalho da Economia Digital do Conselho Empresarial do BRICS para a realização de uma primeira edição de rodada de negócios, envolvendo empreendedores e gestores culturais para debates e capacitação.
O ministro também falou sobre a importância da parceria entre o setor público e o privado. Ele indicou, por exemplo, a possibilidade de criação de uma plataforma para divulgação de conteúdo audiovisual do BRICS em um canal de TV por assinatura. Ao final, Terra convidou os países integrantes do grupo a designarem até cinco empreendedores da economia criativa para estarem Brasília, em agosto de 2020, para participarem do MICBR. Criado em 2018, o evento é vitrine das indústrias criativas brasileiras com rodadas de negócios, capacitação, apresentações e feiras, entre outros.
Aprofundar a integração
Com o objetivo de aprofundar a integração, os demais países também apresentaram suas propostas. O ministro da Índia propôs ampliar a cooperação no campo literário, com um evento literário do BRICS, além do incentivo à tradução e maior divulgação de obras de autores dos países integrantes. Já o representante chinês destacou a importância de desenvolver a indústria do turismo para potencializar o crescimento da indústria cultural. Segundo Zhang Xu, é preciso promover um novo ciclo de relações internacionais com respeito, cooperação e ajuda mútua, colaborando para a construção de um futuro comum para toda a humanidade.
A vice-ministra sul-africana destacou a importância de projetos bilaterais desenvolvidos entre países do bloco e ainda sugeriu a criação de um Festival de Música do BRICS, com artistas de todos os países. A Rússia, que assumirá a presidência pro-tempore do bloco em 2020, falou sobre a importância da cooperação na área de museus e patrimônio.
No término da reunião, todos os representantes assinaram a Declaração da Reunião e concordaram em seguir trabalhando para aprofundar as relações de cooperação na área da economia criativa.
Economia Criativa
A economia criativa é um dos motores do crescimento econômico em todo mundo e representa 3% do PIB mundial, além de empregar cerca de 30 milhões de pessoas. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a economia criativa chega a responder por até 10% do PIB dos países que a integram.
No Brasil, segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o PIB Criativo representou 2,61% de toda a riqueza gerada em território nacional em 2017, o equivalente a R$ 171,5 bilhões, comparável à soma de quatro das maiores instituições financeiras em todo o mundo: American Express, J.P.Morgan, Axa e Goldman Sachs. O setor gerou 837 mil postos de trabalho formais e a remuneração média chegou a R$ 6.800, ou seja, 2,45 vezes mais alta do que a média da economia nacional, de R$ 2.777,00.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania
Informações para a imprensa:
(61) 2024-2266 / 2412