Falência deixa cerca de 600 mil turistas sem ter como voltar para casa. Veja lista de principais países afetados. Operadora de turismo britânica Thomas Cook declara falência e afeta 600 mil clientes A falência nesta segunda-feira (23) da operadora de turismo Thomas Cook deflagrou uma imensa operação de repatriação de seus 150 mil clientes britânicos de férias. Já o atendimento aos outros 450 mil clientes espalhados entre os vários países e filiais do grupo é mais incerto. A operadora de viagens britânica Thomas Cook administrava hotéis, resorts e companhias aéreas e transportava 19 milhões de pessoas por ano para 16 países, principalmente da Europa, operando uma frota de 116 aviões. A empresa precisará agora da ajuda de governos e de seguradoras para levar turistas de volta para casa. Entre os países com mais turistas afetados pela falência, além do Reino Unido, estão Alemanha, Grécia, Turquia, Egito e Suécia. A falência da Thomas Cook atinge sites globais de agendamento de viagens, empresas de cartão de crédito, agências de turismo que usam suas linhas aéreas e ruas comerciais britânicas em que seus agentes foram obrigados a fechar as portas. O governo britânico solicitou o início de um programa de repatriação durante as próximas duas semanas, que irá até 6 de outubro para levar os turistas de volta ao Reino Unido. O colapso da Thomas Cook, anunciado nas primeiras horas desta segunda-feira porque a firma foi incapaz de acertar um acordo com seus credores ou um pacote de ajuda governamental, provocou alarme em hotéis, cujos proprietários pediram que alguns clientes paguem suas contas novamente, segundo a agência Reuters. Não há informações até o momento de impactos no Brasil ou para brasileiros. Em nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil informou que o grupo não operava voos no país e que "eventuais contratos de transporte entre brasileiros e a empresa, ou com outra empresa que operava em codeshare, estão sob a legislação do país em que se iniciava o voo com a Thomas Cook". Passageiros britânicos aguardam notícias sobre voos cancelados da Thomas Cook no aeroporto de Palma de Maiorca, na Espanha. A operadora de aeroportos da Espanha diz que 46 vôos foram afetados pelo colapso da empresa de turismo britânica Thomas Cook, principalmente nas ilhas Baleares e no arquipélago das Canárias Francisco Ubilla/AP Veja abaixo efeitos da falência do grupo por país, segundo informações da agência France Presse Reino Unido Número de clientes a serem repatriados: 150.000 O que está previsto: o governo lançou a maior operação de repatriação de urgência desde a Segunda Guerra Mundial, fretando 40 aviões para fazer cerca de mil voos; Alemanha Número de clientes envolvidos: 140.000, ou seja, o segundo maior contingente, atrás dos 150.000 cidadãos britânicos. O que está previsto: o governo alemão não tem nenhum dispositivo específico, já que a legislação em vigor no país impõe aos turistas um seguro destinado a indenizar e repatriar os clientes em caso de falência. A suíça Zurich Insurance é a seguradora no caso da Thomas Cook; além disso, Berlim "examina" a demanda de ajuda emergencial feita pela companhia aérea Condor, filial da Thomas Cook baseada em Frankfurt. Enquanto isso, a Condor continuará a garantir seus voos e repatriará os clientes da Thomas Cook. França Número de clientes a serem repatriados: 9.842 O que está previsto: um número de urgência (01.45.05.40.81) foi posto à disposição dos viajantes atualmente de férias. A Thomas Cook pede a seus clientes que não viajem nesta segunda-feira para "evitar mais dificuldades". Norte da Europa Número de clientes envolvidos: cerca de 35.000 turistas dos países nórdicos viajam neste momento pela Thomas Cook. Destes, 16.956 são suecos; 8.819, dinamarqueses; e 9.000, noruegueses. Quase 6.000 turistas dos países nórdicos viram seus voos sendo anulados nesta segunda-feira pelas filiais nórdicas da Thomas Cook: Ving (Suécia e Noruega), Globetrotter (Suécia) e Spies e Tjäreborg (ambos dinamarquesas). Na Dinamarca, as outras operadoras (Tui e Bravo Tours) se ofereceram para ajudar, mas sem especificar o número de viajantes que poderão transportar. A operadora alemã TUI confirmou à AFP que vai garantir o bilhete de volta das férias para os turistas que tiverem reservado a estada em seus hotéis. Holanda e Bélgica Número de clientes afetados: 10.000 na Holanda e 10.000 cidadãos belgas. O que está previsto: até nova ordem, os clientes belgas e holandeses não serão imediatamente repatriados. "Eles poderão terminar suas férias", afirmou uma porta-voz da Thomas Cook citada pela agência de notícias holandesa ANP. "Há um acerto para que eles possam terminar suas férias", declarou. Na Holanda, uma fundação assume as taxas dos viajantes lesados, por exemplo, pela falência da agência de viagem escolhida. Grécia Número de clientes de férias: 50.000, entre eles 22.000 em Creta. A repatriação dos turistas estrangeiros começou, anunciou o ministro do Turismo Haris Theocharis. Um centro operacional foi posto à disposição do Ministério para lidar com todas as questões de repatriação. Os 15 primeiros voos chegaram às ilhas de Zakynthos, Corfou e Kos, acrescentou. Tunísia Número de clientes de férias: 4.500 Turistas já foram cobrados pelo pagamento de faturas não cobertas pela operadora neste fim de semana, causando tensões, em especial em um hotel de Hammamet. Uma célula de crise foi ativada no domingo para responder às preocupações dos viajantes e dos hotéis. Turquia Número de clientes de férias: 21.000 O Ministério do Turismo na Turquia anunciou que instalará, "o mais rápido possível", um programa de créditos para ajudar as empresas locais afetadas pela falência da Thomas Cook. Chipre Número de clientes de férias: 15.000, entre eles 7.500 britânicos. O grupo Thomas Cook responde por 4,1% do tráfego anual dos aeroportos cipriotas.