Na manhã de hoje (24), ao lado das flores e de uma vistosa árvore, o artista Isaac de Oliveira se despediu sem pompa, mas com muito amor. O sepultamento foi no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande.
Lágrimas, sim, mas predominaram as boas lembranças e abraços apertados, como reverência ao talento. Quando não havia silêncio entre os familiares e amigos, ouvia-se sua maneira de viver e que agora ele “foi pintar no céu”. Os filhos, Cauê e Paola, não falaram com a imprensa, mas receberam atenciosos os abraços dos amigos. A esposa Selma Rodrigues, conhecida como “Secéu”, apesar da saudade acumulada no peito, sorriu para ele até o último minuto, como agradecimento a uma vida juntos, lotada de cores.
Depois das ultimas homenagens no velório que ocorreu no Museu de Arte contemporânea de Mato Grosso do Sul, uma rápida fala de um dos amigos antecedeu o enterro que durou poucos minutos.
A irmã Rosa Maria de Oliveira comentou que Isaac era o mais velho de oito irmãos e lembrou-se das travessuras de um menino que sempre “amou as cores”. “Meu irmão sempre foi muito carinhoso, talentoso, eu nunca vou me esquecer dele jovem ralando para pintar e viver da sua arte”.
A sobrinha de coração, Márcia Furtado, também esteve na despedida e comentou que o tio superou todas as expectativas. “Ele sempre dizia que muitos artistas demoravam a serem reconhecidos, muitos, acabam com reconhecimento após a morte”, lembra. “Mas, ele não. Ele conseguiu todo reconhecimento e homenagem em vida. Isso foi uma vitória merecida”.
A artista plástica Ana Ruas contou que os encontros com o amigo se davam, em sua maioria, em eventos, mas sempre eram especiais. “Ele era uma pessoa muito carismática, sempre que nos encontrávamos era aquela alegria, o mesmo sorriso, que vai nos fazer muita falta. Hoje, sua partida, nos fez parar e pensar um pouco mais na importância da vida”.
Declaração semelhante foi dada pelo conselheiro do Tribunal de Contas, Osmar Domingues Jerônimo, que perdeu um grande amigo. “Como artista, Isaac era perfeito. Como amigo, era um ser humano brilhante. Um amigo que não tinha inimigos e representou Mato Grosso do Sul de maneira brilhante pelo mundo”.
Despedida – Isaac de Oliveira morreu na madrugada de segunda-feira (23). O câncer de pulmão levou o artista plástico aos 66 anos. Ele estava em tratamento desde 2016.
Baiano de nascimento, a maior parte da vida dedicou a falar de Mato Grosso do Sul em telas vibrantes, abusando dos tons do acrílico. A arte rendeu legião de admiradores e a titulação de Doutor Honoris Causa, concedida em julho deste ano pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Ele também foi homenageado do Festival de Inverno de Bonito deste ano.
Fonte: CG News