Os sons de notas musicais e vozes de crianças e adolescentes se misturam todas os dias nos corredores de 440 unidades de ensino em diversas cidades do estado de São Paulo. É o Projeto Guri Guri, que desde 1995 oferece formação musical para crianças e jovens de 6 a 18 anos no contraturno escolar, por meio de cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão.
Idealizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o projeto conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cidadania, por meio da qual captou, em 2019, 3 milhões de reais com patrocinadores dos R$ 6 milhões autorizados a captar.
Totalmente gratuito, o Guri tem como meta que 70% das vagas sejam destinadas a jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica. Ao longo de 24 anos, o projeto já atendeu cerca de 770 mil jovens, grande parte deles vindos de famílias em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, cerca de 50 mil crianças estão sendo atendidas. O valor anual por aluno é de R$ 1.400.
De acordo com o secretário adjunto da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, José Paulo Soares Martins, o viés sociocultural é uma das características mais importantes do projeto. “O Guri promove a ampla democratização do acesso à cultura, que tem sido uma das diretrizes para as políticas culturais do Ministério da Cidadania. O projeto traz crianças e jovens para o universo da cultura e, também, do empreendedorismo cultural, o que é extremamente positivo para eles e para a cultura brasileira”, afirma.
Metodologia internacional
Para oferecer o melhor a seus alunos, o Guri buscou metodologia desenvolvida por um dos principais nomes de ensino musical em todo o mundo, o inglês Keith Swanwick. O método, que tem como meta a fluência musical, se vale de outras linguagens artísticas que ajudam o estudante a adquirir o conhecimento e vivenciá-lo de forma ativa, como a literatura. O modelo de aprendizagem desenvolve no aluno o domínio de habilidades técnicas da linguagem escrita musical, da percepção e da expressão.
A maioria dos alunos aprova a metodologia do projeto. De acordo com pesquisa de satisfação “O Que Pensam do Guri?”, 71% dos alunos se diz mais feliz após o início das práticas musicais e 92% considera que o projeto contribui de forma positiva para o cumprimento de suas atividades socioeducativas. Segundo a pesquisa, 42% dos ex-alunos do projeto estudam, 27% estudam e trabalham, 13% trabalham e apenas 4% não estudam e nem trabalham. Os dados podem indicar o quanto a prática musical age como um fator motivacional entre os pesquisados.
É o caso de Leonardo Luca, de 16 anos, que frequenta as aulas na unidade do Guri de Piracicaba desde 2010. Ele fazia aulas de musicalização em uma escola da cidade, quando sua mãe soube que aos 7 anos ele já poderia participar do projeto. Determinado, o aluno faz parte do Grupo de Referência local, que reúne os alunos que mais se destacam e avançam no aprendizado musical. Para Luca, que quer seguir a carreira de músico, o projeto ajudou a abrir portas.
“O projeto Guri tem uma importância muito grande na minha vida. Desde que comecei, fui evoluindo dentro do projeto. Fui convidado para tocar em algumas bandas e orquestras de Piracicaba e acabei recebendo convites de outros lugares. O projeto abriu várias portas para tocar com gente diferente. Amo fazer música e é o que eu quero seguir na minha vida”, relata Luca.
Incentivo Federal à Cultura
A Lei Federal de Incentivo à Cultura contribui para ampliar o acesso dos cidadãos à cultura uma vez que os projetos patrocinados devem oferecer uma contrapartida social. Ou seja, eles têm que distribuir parte dos ingressos gratuitamente e promover ações de formação e capacitação junto às comunidades, como as empreendidas pelo Projeto Guri. Por meio do mecanismo, criado em 1991 pela Lei 8.313, empresas e pessoas físicas podem patrocinar espetáculos, exposições, shows, livros, museus, galerias e várias outras formas de expressão cultural. O valor investido, total ou parcial, é abatido do Imposto de Renda.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania
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