Rio de Janeiro/RJ – Arte, cultura e conhecimento pulsam no centro histórico do Rio de Janeiro. Ao caminhar pela região, é possível reconhecer traços da História – contada desde os imponentes traços arquitetônicos dos edifícios, às singelas pistas oferecidas por objetos preservados dentro deles. Neste cenário, respira o Museu Nacional de Belas Artes, que guarda em sua estrutura mais de 200 anos em um acervo que supera 70 mil obras. Mais que uma galeria de exposições, a instituição é um espaço à disposição de fruição do objeto para o público.
Ocupar e pertencer. A História contada por meio da arte atraiu o professor e artista plástico Robney Bonifácio a levar um projeto comunitário para dentro do museu. Semanalmente, ele reúne famílias que vivem em áreas de vulnerabilidade social, incluindo crianças de idades variadas, para passeios culturais.
“É importante para as crianças conhecerem um pouco da história, da formação da cidade, da história cultural do Rio de Janeiro e entender um pouco mais sobre eles mesmos; conhecer e se reconhecer em alguns trabalhos de arte. Nada melhor do que manter esses espaços vivos, com esse tipo de visita”, alegou Robney.
Oportunidade
Pela primeira vez no Museu de Belas Artes, Rafaela Fernandes deixava transparecer o encantamento no olhar, a cada obra que observava. A operadora de cobranças levou junto a filha Júlia, de cinco anos, que também não conhecia o museu. Segundo a mãe, a experiência foi curiosa e interessante para as duas.
“Eu acho muito importante para a questão de conhecimento, mesmo, dos nossos antepassados para a nossa cultura. Para minha filha, que só tem cinco anos de idade, ela acha que é tudo brincadeira. Pretendo trazê-la também outras vezes”, afirmou Rafaela, enquanto a filha observava os quadros da seção do século 19, no quarto pavimento do prédio, e os reproduzia com lápis de cores em uma folha originalmente em branco.
Enquanto isso, no segundo piso, a professora de educação física Victória Broad também estreava em visita à estrutura de mais de 17 mil metros quadrados. Segundo contou, está compensando as poucas oportunidades de frequentar centros culturais no passado em visitas regulares a museus.
“Agora que eu já tenho mais acesso, de conseguir ir e voltar, eu estou tirando esse ano para justamente conhecer esses locais e também entender de uma forma diferente como a arte e a cultura estão empregadas no Rio de Janeiro. É uma cidade turística, mas também cultural”, defendeu.
Já no primeiro contato, na Galeria de Moldagens, dividiu-se entre surpresa e alegria com o que encontrou. “Fiquei bem feliz com o cuidado, é um lugar limpo. Muitas pessoas paradas observando, então menos conversando e menos no celular. Achei legal essa questão de você parar e conhecer as coisas novas, que são velhas, mas também são novas para quem nunca veio”, relatou.
Preservação
Administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus, vinculado ao Ministério da Cidadania, o Museu Nacional de Belas Artes conta com um acervo composto por pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, objetos, documentos e livros. Compõem esta relação obras decisivas para a cultura brasileira, como “Autorretrato” ou “Le Monteau Rouge”, de Tarsila do Amaral; “Batalha do Avaí”, de Pedro Américo; “Café” e “A Primeira Missa no Brasil”, de Cândido Portinari; além de nomes como Iberê Camargo, Eliseu Visconti e tantos outros.
Com a finalidade de preservar a edificação, o Ministério está destinando à instituição R$ 25,5 milhões em recursos, via Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD). O valor é proveniente de condenações judiciais, multas e indenizações. Segundo a diretora do museu, Mônica Xexéo, o valor será aplicado na reforma das quatro fachadas, das três cúpulas que fazem o coroamento frontal do edifício e das claraboias.
“Nós precisamos requalificar esses espaços com vidros temperados, filtros especiais, os terraços do quinto pavimento, o pátio interno do museu. Ao mesmo tempo, vamos modernizar a entrada de energia elétrica do prédio e instalar todo um programa de segurança antipânico e incêndio, já aprovado pelo Corpo de Bombeiros. São ações de infraestrutura, modernização e acessibilidade da edificação”, explicou Mônica Xexéo. “Foi uma maravilha, foi um sonho recebermos esses recursos”, complementou.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, destaca a preocupação do governo federal na conservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Segundo Terra, a oferta de serviços de qualidade ao cidadão é uma prioridade de sua gestão à frente da pasta: “São investimentos para melhorar a nossa estrutura cultural, a nossa oferta de serviços na área da Cultura e fazer com que o nosso povo possa desfrutar da arte e da cultura brasileira em um nível de excelência”.
O governo federal está injetando mais investimentos à mesma avenida Rio Branco em que está o Museu Nacional de Belas Artes – a, também, bicentenária Biblioteca Nacional será outra beneficiada por verbas do FDD, o fundo vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. [link para a matéria]
Breve histórico
O edifício de arquitetura eclética projetado em 1908, pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios, foi planejado para sediar a Escola Nacional de Belas Artes (EBA), herdeira da Academia Imperial de Belas Artes. Criado oficialmente em 1937, por decreto do presidente Getúlio Vargas, o Museu Nacional de Belas Artes conjugou a ocupação do prédio com a EBA, quando esta foi deslocada para outro local. No mesmo ano, com a criação da Fundação Nacional de Artes (Funarte) houve novo compartilhamento.
Em 1973, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, a partir de 2003, passou a abrigar na sua totalidade o MNBA. Mais tarde, em 2009, o museu foi incorporado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério da Cidadania.
Por Renata Garcia
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania
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