Em meio ao centro histórico do Rio de Janeiro, o imponente prédio que abriga o Museu Nacional de Belas Artes chama a atenção de quem passa. A riqueza arquitetônica da construção, tombada em 1973 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), instituição vinculada ao Ministério da Cidadania, é um convite para o acesso à maior coleção de arte brasileira do século XIX.
Administrado desde 2009 pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério da Cidadania, o museu conta com 70 mil itens, distribuídos entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, livros e documentos que ajudam a trazer referência à história da arte brasileira.
A bicentenária coleção do museu origina-se de três conjuntos distintos de obras: as pinturas trazidas por Joaquim Lebreton, chefe da Missão Artística Francesa, que chegou ao Rio de Janeiro em 1816, os trabalhos produzidos pelos membros da missão e as peças de D. João VI, deixadas no Brasil quando o rei retornou a Portugal.
Para quem visita pela primeira vez o local, a amplitude do acervo do Museu Nacional de Belas Artes impressiona. De Belém do Pará, Isadora Macedo, de 28 anos, reconheceu nas galerias trabalhos do artista plástico brasileiro Candido Portinari, um de seus preferidos.
“Era um artista que eu já conhecia e agora eu tive a oportunidade de ver ao vivo algumas das obras dele. Eu acho que é um pedaço da nossa história, da nossa trajetória. Assim como nós temos a nossa vida individual, as nossas próprias experiências individuais, quando a gente vem num lugar desses, a gente meio que vê o passado histórico e todas as experiências do coletivo, que é comum a todos nós”, disse.
De acordo com dados do Ibram, a visitação ao Museu Nacional de Belas Artes cresceu nos últimos três anos. Em 2016, foram 63 mil visitantes; em 2017, 73 mil; e, em 2018, mais de 88 mil pessoas passaram pelo local.
Este ano promete novo recorde. Só no primeiro semestre do ano, 63 mil pessoas tiveram a oportunidade de ficar mais próximas da arte brasileira. Para a diretora do museu, Monica Xexéo, os números refletem a necessidade de encontro com a história do País.
“Um museu não é só uma casa de exibição, uma galeria de arte, é uma casa de conhecimento. Ele complementa a sala de aula, o colégio, a universidade. É um grande centro de conhecimento. Então, quando você vem ao museu, você está encontrando a história do seu país, a história da arte em determinados momentos e a história da sua vida e da sociedade como um todo”, afirma.
Ainda que o acervo disponível garanta intensa apreciação do público, o museu não deixa de inovar para atrair novas linguagens e faixas etárias, como observou o geofísico Alberto Akel, de 34 anos, na exposição Hashtags da Arte, em cartaz desde abril deste ano. O projeto traz expressões da internet para contextualizar e sintetizar as telas.
“Achei bem interessante essa parte que tem uma linguagem de internet, hashtags para designar um grupo de fotos. Acho que isso facilita mais para a população entender o que aquela pessoa queria dizer na época. Faz a gente ficar mais próximo da imagem”, relatou.
Restauração
O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro passará por reformas, com previsão de início em janeiro de 2020. Contemplado por edital, mais de R$ 25 milhões provenientes do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos serão destinados a restauração das fachadas, cúpulas, terraços e claraboias do museu. A segurança será reforçada com a implantação dos sistemas contra incêndio e pânico.
Visitações podem ser feitas de terça-feira a sexta-feira, das 10h às 18h. E aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h. Os ingressos custam oito reais a inteira e quatro reais a meia. Ainda há a modalidade ingresso-família, para até quatro pessoas, por oito reais. Para saber mais sobre os museus administrados pelo Ministério da Cidadania, acesse: museus.gov.br
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Ministério da Cidadania