Eletrobras: empresa se aproxima da privatização (Dado Galdieri/Bloomberg)
São Paulo — A Eletrobras afirmou nesta quinta-feira que o presidente Jair Bolsonaro autorizou que sejam aprofundados estudos para a desestatização da companhia, segundo fato relevante.
Os estudos, disse a companhia, serão para que o processo ocorra por “aumento de capital social, mediante subscrição pública de ações ordinárias da Eletrobras ou de eventual empresa resultante de processo de reestruturação”.
De acordo com fato relevante, o processo de desestatização da companhia deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional.
Bolsonaro esteve envolvido nesta quinta-feira em reuniões sobre o assunto com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr..
Em meio à notícia da reunião, as ações ordinárias da Eletrobras atingiram no dia máximas históricas nominais, terminando a sessão com avanço de 6,9%, a 42,11 reais.
O governo brasileiro vem trabalhando para privatizar a Eletrobras desde o governo Michel Temer, como parte de um esforço maior para vender ativos estatais.
O governo previu anteriormente receitas de 12 bilhões de reais com a desestatização da empresa. Mas o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou recentemente que o total obtido na operação dependeria das condições de mercado.
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Os recursos obtidos pela emissão das ações seriam utilizados para pagar ao Tesouro bônus de outorga em troca de uma renovação por 30 anos e em condições mais favoráveis dos contratos de uma série de hidrelétricas antigas da Eletrobras, que hoje vendem a produção a preços regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O governo avaliava cinco alternativas para a privatização, disseram fontes com conhecimento do assunto em meados de junho.
Uma hipótese que chegou a ser discutida envolveria a capitalização não da holding Eletrobras, mas de uma subsidiária da companhia que detém participações em outras empresas de energia, a Eletropar, disse uma fonte à Reuters anteriormente.
Por esse modelo, a Eletropar absorveria as principais empresas de geração e transmissão da estatal –Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul.
Após a emissão de novos papéis, a Eletrobras ficaria com menos de 50% da Eletropar, enquanto manteria participação integral em ativos que não serão privatizados, como a subsidiária de energia atômica Eletronuclear e a usina binacional de Itaipu.