Para fazer um filme ou um vídeo de qualidade, são necessários equipamentos caros e que normalmente estão acima do orçamento de vários diretores e produtores independentes em todo o país. Facilitar o acesso a câmeras, lentes, microfones, computadores para edição e o que mais for preciso para a produção de obras audiovisuais é um dos objetivos dos Núcleos de Produção Digital (NPDs) criados pelo Ministério da Cidadania em parceria com universidades e institutos federais.
Um desses núcleos começou a funcionar este ano em Florianópolis (SC), no Instituto Federal de Santa Catarina. Além de emprestar equipamentos, o NPD também oferece estágio para estudantes, em parceria com o curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina. A coordenadora do NPD, Gizely Campos, comenta que o espaço começa agora a incentivar a produção audiovisual no estado. “O NPD se propõe a isso, a otimizar os recursos da produção cultural, da produção audiovisual, da produção independente. Então, reduzindo esses custos, a gente fomenta essa produção”, explica.
Em abril deste ano, a diretora Sandra Alves utilizou os equipamentos do NPD de Florianópolis para a gravação do longa-metragem “Mares do Desterro”, com previsão de estreia para 2020. De acordo com a cineasta, o uso das câmeras e lentes do NPD deu mais qualidade ao produto final. “O acesso possibilita um melhor resultado do conteúdo que se está produzindo. E os núcleos têm as lentes e todo o equipamento para se fazer uma produção audiovisual”, comenta.
Com esta estrutura, os NPDs ajudam jovens e adultos a ampliarem seus horizontes e também a encontrarem uma profissão. O núcleo de Santa Catarina atua na formação de produtores. A estudante de Cinema Áurea Fonseca é estagiária do Núcleo e fala da experiência para o aprendizado. “Aqui eu obtenho conhecimento sobre o funcionamento das burocracias do audiovisual. Eu acompanho tanto a criação do edital quanto parte da aplicação dele”, conta.
Gestão
Os NPDs fomentam a política pública do audiovisual, mobilizando agentes culturais para participação em editais e chamamentos públicos, cursos de formação e disseminação do conteúdo. A administração dos núcleos é feita por um Comitê Gestor para garantir apoio à produção independente, descentralizada e também atuar na formação técnica da comunidade. Produtora audiovisual e membro do comitê gestor do NPD-SC, Ana Paula Mendes afirma que o acesso democrático, tanto aos equipamentos quanto à capacitação, é uma forma de fortalecimento dos cidadãos. “As pessoas estão exercendo sua cidadania a partir do momento em que entram aqui com uma proposta e solicitam apoio para a criação de uma obra audiovisual. O NPD facilita esse exercício da cidadania”, diz.
“O audiovisual é a principal linguagem hoje da humanidade. Realizar conteúdos para isso de forma qualificada é possibilitar a formação de pessoas mais críticas diante do mundo”, conclui a coordenadora do NPD-SC, Gizely Campos. Já o secretário Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, destaca que os núcleos são espaços democráticos, gratuitos, acessíveis e que devem também ser usados para a difusão de conteúdo nas diversas regiões do país. “Os Núcleos de Produção Digital têm dado certo e nós vamos investir ainda mais para que possamos fazer o intercâmbio entre as produções audiovisuais de um estado para outro, mostrando para o Brasil um país que muitas vezes não se conhece”, completou.
Saiba mais
Os NPDs são espaços voltados para a produção e difusão do conteúdo audiovisual brasileiro, com estrutura humana, física, tecnológica e metodológica. Visam formar e consolidar parcerias com os estados para o desenvolvimento da atividade audiovisual nas diversas regiões do País. Os equipamentos são entregues aos núcleos pelo governo federal, por meio de empréstimo de comodato, podendo ser doados em definitivo após a avaliação do funcionamento do espaço por um período de dois anos. Atualmente, são 26 núcleos implantados em 23 Unidades Federativas.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania