A edição 2019 do festival mergulha em temas como fuga e fantasia, propondo a turistas e parisienses uma programação vibrante e desafiadora. Encenação de 'Fases', de Joseph Banderet, no Festival de Verão da França Divulgação/Festival Paris l'été Há 30 anos o Festival Paris l'Été, ou o festival de Verão de Paris, oferece uma diversidade de atrações, para quem fica na capital francesa quando as temperaturas sobem, e uma oportunidade para redescobrir os encantos da capital. Criado por Jack Lang, o icônico ex-ministro da Cultura de François Miterrand, a edição 2019 do festival mergulha em temas como fuga e fantasia, propondo a turistas e parisienses uma programação vibrante e desafiadora, que mistura grandes nomes da dança e da performance, como a Cia Batsheva e Christian Rizzo, a espetáculos de ilusionismo, fogo, circo, música e teatro, até experiências gastronômicas "conceituais". Para a diretora artística do festival, Laurence Magalhães, a ideia é reinventar e a alegria e o sonho de um verão elétrico em Paris, sob o ponto de vista do estranhamento e da ruptura, revelando lugares atípicos da capital francesa, ou não habitualmente frequentado pelo público de artes cênicas. "O festival fala sobre ter tempo de descobrir Paris, de saber desfrutar desse momento, para quem não sai de férias e fica na cidade durante o verão", diz a diretora. "Tentamos nos apropriar de lugares que não são lugares tradicionais de espetáculos, como o Museu da Vida Romântica, o Centro Cultural Holandês e o espaço em frente à Pirâmide do Louvre, por exemplo. A ideia é se aventurar um pouco mais longe e sair do esperado, dos lugares clássicos", avalia. Initial plugin text O festival Paris L'Été oferece espetáculos pagos e gratuitos, com possibilidades para todos os bolsos. O objetivo é surpreender as pessoas dentro de seu cotidiano na cidade e quebrar o ritmo, desafiar a ordem, como conta Magalhães: "Há uma série de pinturas gráficas com representações ultrarealistas de vacas que se instalarão no Parque de La Villette a partir de sexta-feira, ou centauros que "invadem" a estação de trem de Gare de L'Est, temos um pouco de tudo, dança, teatro, concertos, e até um "afogamento" musical", revela. "Não trabalhamos dentro de um registro elitista, de pesquisa acadêmica, mas com a retomada de grandes espetáculos, para que as pessoas possam aprecisar um pouco de tudo, com momentos "antes" e "depois" do espetáculo, e bares que funcionam até 4h da manhã, isso também faz parte deste festival", sublinha Laurence, que também coordena a programação do Teatro Monfort em Paris. Initial plugin text "Turbulências Poéticas" Entre grandes rituais de fogo famosos em todo o mundo, trazendo as chamadas "turbulências poéticas" da emblemática companhia de espetáculos de rua Carabosse, e um concerto com a Jovem Orquestra Filarmônica Árabe, várias atrações chamam a atenção pelo inusitado de suas propostas, como a experiência culinária Encatation, de Johann le Guillerm e do chef Alexandre Guauthier, dono de duas estrelas no Guia Michelin. Juntos, um "escritor de pratos" e um que prepara suas "ideias para comer". A programação tem um menu para todos os gostos, como lembra Laurence Magalhães. "Teremos também a cia 2600 Couverts, muito conhecida e querida de todos, um grupo completamente louco que faz o mundo inteiro rir. Eles apresentarão sua nova criação, Veró 1ére, Rainha da Inglaterra. Teremos uma atração no Centro Cultural Irlandês, um lugar mágico dentro de Paris, e um espetáculo de trapézio com um mágico bastante conhecido, o Yann Frish, que se instalará a partir de 31 de julho em um parque da capital", completa a diretora. As "vísceras" dos "insetos" e dos instrumentos musicais Entre as atrações, o coletivo Tout Reste à Faire, (Tudo está por Fazer, em português) traz a exposição Anima (Ex) Musica que realiza uma aventura, através de partes de instrumentos musicais desmontados, pelo exoesqueleto de insetos, crustáceos e aranhas gigantes, construindo criaturas que fascinam o público pela beleza, ineditismo e pela mecânica ultracomplexa. O criador do grupo, o artista plástico, designer e músico Mathieu Desailly, explica o desafio, durante o Festival de Verão de Paris. "No início, não achei que trabalharíamos apenas sobre os artrópodes. Mas abrimos as portas para um mundo desconhecido, invisível", conta. "Havia também um elo possível entre a suposta mecânica dos insetos, com suas carapaças, ganchos, mecanismos articulares, e então nosso trabalho foi de fazer uma transição entre a mecânica dos instrumentos e dos animais. Construímos um escaravelho gigante do tamanho de um cavalo, como se fosse a criatura mais linda do mundo", lembra Desailly. "Existe também o fato dos instrumentos também não serem muito conhecidos em seu interior. A maioria das pessoas não conhece o interior de um acordéon, e sua harmonia", conclui o criador. O festival Paris L'Été fica em cartaz na capital francesa até o dia 3 de agosto.