Dia 22 de julho é o dia do cantor lírico. Utilizado em óperas e cantos sacros, o estilo lírico privilegia um trato vocal diferenciado, alcançando tons mais agudos e prolongados. Os cantores líricos precisam de grande volume e potência vocal, pois sua voz deve alcançar toda a plateia, mesmo sem microfone. Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, Maria Callas e Montserrat Caballé são alguns profissionais que alcançaram renome internacional no estilo.
Segundo Denise de Freitas, uma das principais cantoras líricas brasileiras da atualidade, a profissão trouxe, acima de tudo, aprendizado, superação e crescimento pessoal. “Construir novos personagens, aprender a ficar sozinha, longe de casa, e ter uma disciplina constante, são alguns dos desafios que encontramos. Mas tudo isso vale e valeu sempre a pena. Isso é vida, isso é viver, é parte da evolução. E assim eu sigo em frente, fazendo o que mais amo, que é ser artista”, conta ela.
O cantor lírico pode levar anos para se formar. Segundo a professora de canto da Escola de Música de Brasília, Patrícia Tavares, é um desenvolvimento que requer empenho. “Um aluno leva, em geral, entre dois e três anos para a formação de base, depende da dedicação de cada um. Depois, mais dois ou três anos treinando repertório”, afirma.
Sobre a disciplina necessária para seguir a carreira, Patrícia destaca que é uma das características das artes. “O canto lírico trabalha com a plenitude da voz, que é uma preciosidade. O desenvolvimento do cantor, da cantora é realmente um processo, a voz fica madura por volta dos 25 anos. Então esse é um trabalho que leva um tempo razoável e é realmente necessária essa disciplina, que é comum ao artista; a entrega, para que a gente tenha o máximo de desenvolvimento da voz”, destaca a professora.
Lírico em ascensão
O canto lírico e, principalmente, o mercado de óperas, está cada vez mais acessível. De acordo com Flávia Furtado, diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera (FAO), um dos principais eventos do gênero na América Latina, o canto lírico está em um momento de ascensão em todo o mundo. A entrada da China neste circuito e a renovação de diretores em diversos teatros europeus está gerando maior dinamismo no setor, que têm atraído cada vez mais público – inclusive jovens.
Flávia destaca que o mercado pode crescer muito no Brasil. “A noção de que a ópera é elitizada não está correta. Quando há medidas de facilitação do acesso, com ingressos a preços acessíveis e divulgação nas redes sociais, o público vem ao teatro”, afirma ela. Ainda segundo a diretora, a ópera brasileira já atingiu um alto nível de qualidade, podendo exportar espetáculos prontos e, inclusive, profissionais como cantores e cantoras.
Com o objetivo de estimular o setor e qualificar profissionais, a cada edição, o FAO oferece oficinas de capacitação. O Festival também torna possível o contato com grandes nomes do canto lírico internacional, uma oportunidade de intercâmbio e aprimoramento para os cantores e estudantes brasileiros. “Faz parte do desenvolvimento do cantor lírico ter formação no exterior e isso não só para os profissionais brasileiros, mas em todo o mundo”, comenta Flávia.
Oportunidades e investimento
Atualmente, Manaus e São Paulo são importantes centros para os profissionais do canto lírico, em razão das produções de ópera e de musicais. O Ministério da Cidadania apoia o setor e, por meio do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça, conseguiu o aporte de R$ 2,6 milhões para reformas que garantirão a segurança do Teatro Amazonas, um dos principais teatros voltados à ópera no País.
Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania