Maquininhas: taxas cobradas nas transações com cartões vêm diminuindo ao longo dos anos. Em 2009, custavam 2,5% e agora são de 1,97% (Germano Lüders/EXAME)
São Paulo – As compras com cartão de crédito, débito e pré-pago somaram 415,9 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano. O volume representa um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O avanço está dentro da meta traçada para 2019, de algo entre 15% e 17%.
Mais da metade desse total se refere a movimentações com cartões de crédito, que chegaram a 260 bilhões de reais, alta de 17,8% ante o primeiro trimestre do ano passado. “Não há sinal de morosidade que pudesse afetar a indústria, podemos até aumentar a velocidade do setor com oportunidade de redução do uso de cheques, boletos e dinheiro em espécie. O objetivo é chegar a 60% do uso de meios eletrônicos no consumo das famílias até 2022”, afirma Pedro Coutinho, presidente da Abecs.
No primeiro trimestre, os canais digitais responderam por 38,3% do consumo das famílias. A digitalização representa 70% do consumo na Coreia do Sul e 45% nos Estados Unidos.
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Guerra das maquininhas
As taxas cobradas nas transações com cartões vêm diminuindo ao longo dos anos. Em 2009, eram de 2,5% e agora estão na casa de 1,97%. Mais especificamente, as tarifas para pagamentos no crédito passaram de 2,95% para 2,41% no mesmo período, enquanto no débito saíram de 1,60% para 1,25%.
“Devemos ver uma redução ainda mais expressiva no resultado do segundo trimestre, porque várias adquirentes anunciaram queda nas taxas no que se convencionou chamar de ‘guerra das maquininhas'”, diz.
A inadimplência segue na mesma direção e atingiu o menor patamar histórico, de 4,7%, saindo de 6,2% em março de 2016.
Custo efetivo total
As reduções de taxas anunciadas pelas adquirentes, como Rede, Getnet e SafraPay, – chamada de guerra das maquininhas – agora vão poder ficar mais claras para o lojista. É que a Abecs vai contratar uma empresa para calcular o custo efetivo total das transações.
A metodologia deverá ser usada pelas adquirentes, o que vai permitir comparar as taxas de cada uma delas. “Isso vai dar mais transparência para o consumidor”, afirma Coutinho.