Financiar o cinema nacional é apostar no fortalecimento da cultura brasileira, em um movimento em que tradições de norte a sul se revelam para todo o País, pela tela. Mais do que entreter, o cinema estimula a busca de conhecimento e a formação de senso crítico no público. E celebramos tudo isso neste 19 de junho, o Dia do Cinema Brasileiro. Há motivos para comemorar: segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), vinculada ao Ministério da Cidadania, o setor cresceu 8,4% ao ano na última década. São filmes de curtas e longas-metragens, séries, documentários, animações, programas de tv e jogos que movimentaram o setor audiovisual. As salas para exibir esse conteúdo também cresce a uma média de 5,3% ao ano, chegando a mais de 3.300 salas, atualmente.
O diretor de cinema Marcelo Antunez, que assina os filmes Até que a Sorte nos Separe 3: A Falência Final e Polícia Federal: A Lei é Para Todos, ressalta que o dia é de celebração, em especial de quem coloca a mão na massa – ou melhor, na câmera. “Antes de mais nada, é bom lembrar das pessoas que tanto fizeram pelo cinema e isso já é motivo de alegria. A gente tem aí o Domingos de Oliveira, que faleceu recentemente, mas que tanto contribuiu. Acho que a gente precisa lembrar de Roberto Farias, Nelson Pereira dos Santos, que embora tenham falecido no ano passado contribuíram tanto para o cinema. Não é porque perdemos essas pessoas que a gente não deve comemorar o legado que eles deixaram”.
A contribuição de diretores contemporâneos para o mercado da economia criativa também é apontada por Antunez como um fator que torna o cinema nacional “vivo”: “A gente tem aí Cacá Diegues representando o cinema na Academia Brasileira de Letras. A gente tem esse convívio muito saudável das gerações, tem Walter Lima, Luiz Carlos Barreto convivendo com as novas gerações, contribuindo e tendo uma troca bacana. Temos filmes indicados e premiados em festivais importantíssimos internacionais, séries que foram indicadas ao Emmy. Então temos sim motivos para comemorar, temos um cinema vivo, pulsante e interessante”.
Fundo Setorial do Audiovisual
Para incentivar o cinema nacional, o Brasil conta com uma categoria específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Ele contempla atividades associadas a todos os segmentos da cadeia produtiva do setor – da produção à distribuição, da exibição à infraestrutura de serviços. Para isso, o fundo oferece vários instrumentos financeiros, como investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos financeiros. De 2009 a 2018, foram investidos R$ 4,7 bilhões nas diversas chamadas públicas e programas lançados com recursos do fundo. E aproximadamente 70% desse montante foi direcionado para longas-metragens, conteúdos pra TV e para o Programa Cinema Perto de Você.
No mesmo período, foram apresentadas 18.953 propostas nos editais e chamadas públicas do FSA. Destas, 29,4% foram apresentadas nos editais de desenvolvimento de projetos; 25,8%, nos editais de produção de longas-metragens; e 21,9%, nos editais de produção e programação de conteúdos para TV.
A Chief Executive Officer (CEO) da Conspiração Filmes, que cria e produz conteúdo para Cinema, Publicidade e TV, Renata Brandão, acredita que o Brasil tem um potencial criativo que está em seu ápice. “Em termos de mercado consumidor, de momento da indústria do entretenimento no mundo, em termos da maturidade do mercado produtor brasileiro, criativo e gerador de histórias, nós temos muitos motivos para comemorar”, avalia a CEO. “Nunca se consumiu tanto conteúdo no mundo como agora e nunca tivemos um momento tão especial em termos de formação da equipe técnica, artística e de talentos. O Brasil é um grande produtor de talentos para o país e isso sim é motivo de comemoração”, ressalta Renata Brandão, que administra uma empresa que já produziu obras como 2 Filhos de Francisco, A Mulher Invisível, Gonzaga – De Pai para Filho e Os Penetras 2 – Quem dá Mais?.
Games e tecnologia
Desde 2016, o FSA passou a investir na produção de jogos eletrônicos para exploração comercial em consoles, computadores ou dispositivos móveis. Foram lançados dois editais, somando R$ 20 milhões em investimento. Até 2018, foram 296 propostas inscritas e 45 selecionadas.
O fundo também financiou, por meio do Programa Cinema Perto de Você, a digitalização do parque exibidor brasileiro, o que possibilitou a migração de 770 salas de cinema de empresas exibidoras brasileiras para o padrão digital, incluindo 130 salas pertencentes a pequenos operadores. A projeção digital atingiu 100% do parque exibidor em 2017.
Coprodução internacional
Recursos do Fundo Setorial do Audiovisual também foram utilizados para o lançamento de diversas chamadas públicas destinadas a projetos de obras cinematográficas em regime de coprodução bilateral com Argentina, Portugal, Uruguai, Chile, México e países da América Latina em geral.
Foram lançados 10 editais para projetos de obras cinematográficas em regime de coprodução bilateral, somando R$ 23,53 milhões em recursos do FSA – 39 propostas foram selecionadas até 2017.
Ao mesmo tempo, a Ancine trabalha com recursos do FSA para divulgar o cinema brasileiro no mercado internacional, com o Programa de Apoio à Participação Brasileira em Festivais, Laboratórios e Workshops Internacionais. Este programa contempla os filmes oficialmente convidados a participar dos principais festivais internacionais, além de laboratórios e workshops. Até outubro de 2018, foram 132 apoios para 21 eventos internacionais distintos.
Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania