O fotógrafo Valter Patrial ensina como aproveitar a luz que só a noite tem. Até sábado (4), sai a campo com alunos em Campo Grande no Workshop Fotografia Noturna. O curso teve início ontem (2), no Parque das Nações Indígenas e o primeiro passo foi entender a natureza e abandonar o modo automático do equipamento.
Valter explica que não existe complicação no momento de fazer um registro. “Começa com o básico. Ajuste de câmeras, como trabalha com estabilização, como pode ganhar mais luz, modificar as cores porque durante o dia é fácil arrumar o balanço de branco, a noite não. Por ter menos luz, acaba tendo menos cores também. Mas não é difícil, é tão simples como qualquer outro tipo de fotografia”, disse.
No curso de três dias, Valter se dedica apenas a dois alunos. “Tenho que dar uma assistência maior, por isso a equipe é reduzida”, relata.
Sobre o investimento, o fotógrafo conta que qualquer câmera é boa. “Se é amadora ou profissional, depende do uso. Posso ter uma câmera compacta, que tenho o controle do modo de cena, do tempo de exposição, abertura, isso e vou usar para uma captura noturna. O que precisa é tentar fazer os ajustes necessários para conseguir capturar a imagem”, conta.
Para entrar no workshop de fotografia noturna com Valter, não precisa ter experiência. Basta ter vontade. “É necessária uma máquina DSLR ou uma Mirror”, disse. O profissional atua na área desde a época dos filmes fotográficos. “Sempre fotografei, nunca parei para falar que era fotógrafo. Nos grupos da família, pediam para eu ajudar. Acho que quando se acha o gênero fotográfico, aí a pessoa descobre se é ou não profissional”.
Sobre o curso, Valter explica que o primeiro dia é para saber o nível de conhecimento do aluno, em relação ao equipamento. “Aqui no parque fica em uma cena só, pra treinar e aperfeiçoar. Depois, vamos tentar noturno em um local onde não tem poluição luminosa. Já fotografei noturna de Patagonia até Noroega. Fiz aurora boreal, noturna no Chile, Bolívia, no pantanal, nordeste, sul”, recorda o professor.
O parque das Nações Indígenas foi escolhido para ser palco do primeiro dia de curso por ser um local tranquilo, onde os alunos podem estar em contato com a natureza. Além disso, o professor lembra dos trabalhos com expedições que fez na Patagonia. “Gosto de fazer no período do outono. Salar de Uyuni de agosto a setembro, pantanal faço uma vez por mês, na região do pantanal sul”, disse.
Gustavo Castelo do Rapel CG, realiza o evento em parceria com Valter e comenta sobre a proposta. “Aprendendo as funções da câmera nas fotografias noturnas, consegue-se aplicar nas fotos do dia a dia. Mexer com velocidade da câmera, iluminação pra não deixar a foto estourar. Une o útil ao agradável, o cliente faz o curso, vai para as aventuras, levam as máquinas para fotografar a natureza”, relata.
O curso é dinâmico justamente para fazer com que os participantes interajam. Nesta sexta-feira (3), o workshop ocorrerá a partir das 18h, no Morro da Ernesto. No último dia, o encontro será no mesmo horário, porém no Inferninho.
Valter ajuda Alexandre a entender como pode melhorar a qualidade dos registros (Foto: Paulo Francis)
Amador – O funcionário público estadual, Alexandre Brandes diz que gosta de fotografia e que já realizou cursos anteriormente. Contudo, sente a necessidade de aprender mais. “Fotografo há muitos anos. Agora, estou aprendendo alguns detalhes que a máquina no automático não mostra. Já tentei registrar a lua, estrelas. Tenho um grupo de amigos, viajamos para o Pantanal, onde não tem luz alguma. A noite para fotografar é ótima, e o objetivo é aprender aqui para utilizar nesses ambientes”, explica.
Fonte: Campo Grande News