Patrick explica que o longa tem um discurso político muito poderoso, do Brasil de 2019 e da Argentina também de 2019. “A gente pensa em Reforma da Previdência, como essas fronteiras acabam sendo eliminadas entre os dois países porque a precariedade que existe hoje aqui é a mesma que existe lá”.
O casal Felipe Zottos, formado em Filosofia na UFMS e motorista de aplicativo, e Maria Eduarda Rodrigues, formada em Ciências Sociais na UFMS, gostaram muito do filme porque ele “dialoga com a modernidade”. “É um filme bem forte, me fez pensar em várias coisas, despertou várias emoções, medo do desconhecido. Gosto dessa estética mais sombria, com poucos diálogos”, diz Felipe. O casal é amigo dos colaboradores do Cineclube e disse que não assistia a filmes brasileiros já faz um tempo. “Aqui o MIS fica numa área central, é fácil de vir, e é gratuito”, diz.
Mesmo cansado, o professor de português Daniel Amorin fez questão de comparecer. “Trabalhei o dia todo, estou cansado, mas estou aqui, porque o filme de hoje é bom. Eu vim porque eu sinto falta de um cinema, tem muitas salas de cinema em Campo Grande mas todas elas passam a mesma coisa. O filme que eu quero ver não está no cinema. Gosto de filmes com o ritmo mais lento, que eu tenho tempo para ver as cenas, é mais gostoso de ver”.
O Cineclube Marginália é remanescente do antigo Cinema de Horror, vinculado ao curso de Letras da UFMS. Mudou seu nome para Cineclube Guarani em 2016 e, depois de votação entre seus membros, utiliza a denominação Marginália. Formado por ativistas de movimentos sociais campo-grandenses, artistas e estudantes universitários, o Cineclube Marginália tem por objetivo descentralizar o acesso à arte e à informação e levar sessões gratuitas de filmes e debates ao MIS.
“A gente recebeu o convite para exibir aqui no Museu, achamos importante o Cineclube participar aqui, porque é uma forma de democratização desses filmes, de trazê-los ao público”, diz Marcos Rony, estudante de Artes Visuais da UFMS e um dos colaboradores do projeto.
Depois da exibição, foi realizado um bate-papo intimista entre os colaboradores do Cineclube Marginália, Patrick Adam, Marcos Rony e Paulo Augusto (Artes Cênicas/UEMS) e os presentes, que puderam degustar bolachinhas com patê de ervas finas e suco de uva. As exibições do Cineclube acontecem uma vez por mês, sempre na última segunda-feira do mês. A entrada é franca.
Fonte:Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul