O espaço Guiomar Novaes, da Sala Cecília Meirelles, foi reinaugurado na noite desta quinta-feira (14), no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. O público que compareceu ao evento pode apreciar recital da pianista Érika Ribeiro em parceria com o ator Jandir Ferrari em homenagem à pianista que dá nome ao espaço. Estiveram presentes ao concerto o secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, e o presidente do Teatro Municipal e da Sala Cecília Meirelles, Aldo Mussi. A Sala Cecília Meirelles conta com apoio da Lei de Incentivo à Cultura, por meio da qual já captou, desde 1996, R$ 30 milhões para a execução de 14 projetos.
“A sala Cecília Meirelles, do ponto de vista acústico, poderia ser comparada a um violino Stradivarius, pois é um teatro com uma sonoridade espetacular, um local de concertos sensacional”, elogiou o secretário Henrique Pires. Entre 2012 e 2015, o edifício passou por ampla reforma, que previu a modernização e adequação sonora de todos os espaços. Para tanto, a Associação de Amigos da Sala Cecília Meirelles captou R$ 20 milhões por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A modernização acústica foi o ponto principal da reforma, pois priorizou o uso de materiais e formas que tornaram a Sala a mais adequada possível à escuta musical.
Durante a cerimônia, foi devolvida à sala a escultura em bronze que reproduz as mãos da renomada pianista Guiomar Novaes, após ter sido restaurada. Nomeado em homenagem à Guiomar (1894 -1979), o espaço está dedicado a recitais. A musicista foi uma criança prodígio e, em 1909, aos 13 anos, foi aprovada em primeiro lugar no conservatório de Paris com elogios de renomados compositores, como Claude Debussy. Ele escreveu, à época: “Eu estava voltado para o aperfeiçoamento pianístico na França. (…) A ironia habitual do destino quis que o candidato artisticamente mais dotado fosse uma jovem brasileira de treze anos. Tem os olhos ‘ébrios da música’ e aquele poder de isolar-se de tudo que a cerca – faculdade raríssima – que é a marca bem característica do artista”.
A partir de então a pianista construiu uma sólida carreira nacional e internacional, principalmente nos Estados Unidos. Teve obras dedicadas a ela, como 6 Estudos transcendentais, de Francisco Mignone, e o Concerto No.1 para piano e orquestra, o Ponteio No.9 e a Toccata de Camargo Guarnieri. Foi condecorada com a Legião de Honra pelo governo francês e recebeu a Ordem Nacional do Mérito e a Ordem do Rio Branco, juntamente com Heitor Villa-Lobos e Ary Barroso. Também recebeu o título de cidadã honorária do Rio de Janeiro e representou a América Latina no 15º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, na Organização das Nações Unidas.
Guiomar foi reconhecida como uma das dez maiores concertistas de todos os tempos, pelo jornal francês Le Monde (1965). Em Londres, no recital de inauguração do Queen Elizabeth Hall, foi ovacionada durante 15 minutos ininterruptos por cerca de 11 mil pessoas, que exigiram quatro bis ao final.
Corredor Cultural
O prédio que abriga a Sala Cecília Meireles foi construído em 1896. O edifício já teve várias funções: foi edificado para ser uma confeitaria, o Armazém do Romão, mas logo viria a ser transformado no Hotel do Império, localidade que abrigou hóspedes ilustres, como fazendeiros e políticos da República Velha. Em meados do século passado, despertaria para sua vocação cultural, abrigando o Cine Colonial entre as décadas de 1930 e 1950. A Casa Cecília Meirelles, dedicada à música, foi inaugurada em 1º de dezembro de 1965.
A Sala integra o chamado Corredor Cultural do bairro da Lapa, região boêmia do centro da cidade, próximo a outros monumentos históricos como a Fundição Progresso, o Automóvel Club do Brasil e o Lampadário do Largo da Lapa. Dedicado à música de câmara e concertos, e à difusão de todos os estilos musicais, o espaço tem capacidade para 835 lugares. Anexo à Sala Cecília Meireles, o Espaço Guiomar Novaes tem 154 lugares.
BRICS
Além da presença na reinauguração do Espaço Guiomar Novaes, o secretário especial da Cultura, Henrique Pires, está no Rio de Janeiro para participar de uma série de reuniões preparatórias para os eventos culturais que serão organizados durante a presidência rotativa do Brasil no BRICS, em 2019. Na agenda, encontros com autoridades de cultura da cidade de Niterói, que sediará o IV Festival de Cinema do BRICS, e do Rio de Janeiro.
Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania