. (Mark Blinch//Reuters)
São Paulo — O mês de fevereiro foi marcado pela notícia de que a Ford fecharia sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Desde então, a polêmica sobre o futuro dos trabalhadores e da economia local foi levado à imprensa. No mais novo capítulo dessa história, o governo Bolsonaro agora quer que a Ford arque com os efeitos negativos da sua saída da cidade. O argumento são os subsídios federais concedidos à montadora para a geração de empregos. Só nos últimos cinco anos, na esfera federal, o valor chegou a 7,5 bilhões de reais. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo sindicato local, 2.800 funcionário seriam afetados pelo fechamento da fábrica. Como consequência, de forma indireta, o impacto negativo também chegaria a 22 mil pessoas.
Em entrevista ao jornal, o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, declarou que, em casos assim, é preciso que as empresas avaliem de forma rigorosa o impacto socioeconômico de uma decisão como essa.
O secretário diz que o governo não pretende interferir no fechamento da fábrica, mas espera que um plano adequado para o acontecimento seja traçado pela Ford para mitigar o impacto social negativo.
A Ford mantém também uma fábrica em Camaçari, na Bahia, e a declaração pode ser interpretada como uma ameaça velada de retirada de subsídios federais — mas Costa negou a hipótese, reforçando o desejo de uma atitude social e responsável por parte da companhia americana.