Huawei: empresa recebeu 13 acusações dos EUA (David Becker/Getty Images)
Shenzhen – O fabricante chinês de equipamentos de telecomunicações Huawei anunciou nesta quinta-feira que entrou com uma ação contra o governo dos Estados Unidos pela proibição de seus produtos no mercado americano em meio a acusações de espionagem contra a empresa.
“Esta proibição não é apenas ilegal, mas também restringe a Huawei para participar de concorrência leal e, em última instância, prejudica os consumidores americanos”, afirmou o presidente rotativo de Huawei, Guo Ping, também denunciando que seus servidores foram “hackeados”, além do “roubo” dos e-mails por parte das autoridades dos EUA.
Em entrevista coletiva realizada na cidade de Shenzhen, sede da companhia, Guo disse que o processo foi aberto em um tribunal do Texas para impugnar a Lei de Autorização de Defesa Nacional que proíbe às agências governamentais em adquirir produtos da Huawei.
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“O Congresso dos EUA fracassou repetidamente em apresentar provas para apoiar suas restrições aos produtos da Huawei, e somos obrigados a tomar essa ação legal apropriada e como último recurso”, acrescentou.
Assim, ele insistiu que a decisão do governo de Donald Trump é “inconstitucional” e interfere no mercado.
“Se esta lei for anulada, como deveria ser, a Huawei poderia fornecer mais avanços tecnológicos para os EUA e ajudar a construir as melhores redes 5G”, afirmou.
A decisão da empresa chinesa acontece após receber 13 acusações nos EUA, entre elas de espionagem industrial e fraude bancária, e aparecer na lista negra em vários países pela suposta falta de segurança de seus equipamentos de rede.
A diplomacia americana está pressionando os países aliados e seus provedores de internet e serviços sem fio para evitar a Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações e o segundo de smartphones do mundo, argumentando que Pequim poderia forçá-lo a espionar ou desativar suas redes.
As acusações sobre a segurança da tecnologia 5G desenvolvida pela Huawei sempre foram rechaçadas pela companhia, que insiste que não tem “portas dos fundos” para acessar qualquer dispositivo e controlá-lo sem o conhecimento do usuário.