(Maira Acayaba/Amaro/Divulgação)
A loja de roupas Amaro nasceu digital, mas logo percebeu que precisava investir no mundo físico. A varejista, que tem peças femininas para usar no trabalho ou no carnaval, cresce com a expansão de lojas físicas, que permitem que mais consumidores conheçam a marca. A empresa não divulga o faturamento, mas afirma que pretende dobrar as receitas em 2019.
A companhia segue as tendências do meio digital: uso de big data, forte presença em redes sociais (com mais de 500 mil seguidores no Instagram) e tecnologia para o desenvolvimento dos produtos. A equipe de TI é até maior que a equipe de estilistas que de fato desenham as roupas. São 400 funcionários ao todo, divididos no escritório em São Paulo e no centro de produção e distribuição.
Através da loja online, a empresa coleta dados valiosos. A Amaro sabe onde os consumidores clicaram no site, que produtos colocaram no carrinho e quais não compraram, quais devolveram, o que ficou largo ou apertado. Assim, consegue passar esses dados à equipe de produção para desenvolver roupas mais acertadas.
E a produção é bem acelerada. Ao contrário de marcas de moda mais estabelecidas, a Amaro não trabalha com coleções. Ela lança peças novas todas as semanas, para que o site sempre tenha novidades. São 6 mil modelos por ano, ou 120 modelos por semana. A ideia é que as consumidoras visitem o site e as lojas regularmente.
O tempo recorde para lançamento de uma peça nova foi de 19 dias. A marca faz votações em seu Instagram para saber o que os consumidores desejam e lança pequenas coleções específicas. Um exemplo foram as roupas neon criadas em tempo para as festas de Ano Novo.
A Amaro também está presente em comércios eletrônicos multimarca, como Dafiti e Zatini. Em 2017, criou em conjunto com a Netshoes uma linha de roupas para esportes.
A marca foi fundada pelos suíços Dominique Oliver e Lodovico Brioschi. Antes de criar a Amaro, Oliver trabalhou em bancos de investimento e chegou a reestruturar empresas de varejo de moda. “Pensava em como corrigir as empresas de vestuário. Mas cheguei à conclusão de que é melhor começar do zero”, afirma.
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Pé no chão
Mesmo assim, a empresa sabia que precisava de um pé no meio físico. “Ainda temos um desafio de ganhar a confiança do consumidor, que ainda tem o costume de comprar em lojas físicas, principalmente fora das grandes capitais”, diz Oliver.
No Brasil, o comércio eletrônico é responsável por apenas 4% do varejo total. No segmento de moda, a participação é maior, de 14,5%.
A primeira loja da Amaro foi inaugurada no shopping Higienópolis, em 2015, três anos após a criação da marca. Até agora, são 16 unidades em quatro cidades, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Em 2019, a intenção é continuar expandindo os “Guide Shops” e chegar a novas cidades.
As unidades, no entanto, não são iguais a outras lojas de moda. Elas não têm estoque, o que deixa o aluguel mais barato. As consumidoras podem experimentar as peças e, depois, realizar o pagamento por meio dos totens espalhados pelo local. O espaço também serve para receber peças compradas pela internet.
Sensores monitoram quanto tempo a cliente passa na frente de cada peça e quais são as zonas de maior fluxo dentro da loja.
Um em cada quatro pedidos é feito de dentro de uma unidade. Ao abrir uma loja em uma nova região, novos consumidores passam a ter contato com a marca. Até quem já é cliente na internet passa a comprar mais com a inauguração de uma loja na cidade.
Mesmo com uma operação moderna e digital, a empresa cresce com o formato mais antigo do varejo, as lojas físicas.
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