Logo da Ford em carro da montadora (Paulo Whitaker/Reuters)
A montadora Ford acaba de anunciar que deixará de atuar no segmento de caminhões na América do Sul e, como consequência, irá encerrar a produção na planta de São Bernardo do Campo (SP) ao longo de 2019.
Por isso, deixará de comercializar as linhas Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta assim que terminarem os estoques.
O movimento faz parte de uma reformulação global do negócio da companhia, “como um importante marco para o retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”, segundo comunicado.
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A Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 460 milhões em despesas não recorrentes como consequência dessa ação. Cerca de US$ 100 milhões serão relacionados à depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 360 milhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações de funcionários, concessionários e fornecedores.
A decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas, que incluíram a possibilidade de parcerias e venda da operação, diz a companhia.
“Sabemos que essa decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários de São Bernardo do Campo e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos”, disse Watters. “Atuando em conjunto com concessionários e fornecedores, a Ford manterá o apoio integral aos consumidores no que se refere a garantias, peças e assistência técnica”.
A montadora enfrenta dificuldades, embora tenha visto suas vendas crescerem pelo sétimo trimestre consecutivo. Nos últimos três meses de 2018, a montadora registrou alta de 17% nas vendas ajustadas no país.
A montadora é a terceira maior do país com 9,47% do mercado, atrás de GM e Volkswagen, e vendeu 205 mil carros novos no ano passado. O Ka é responsável por quase metade desse número, com 103 mil unidades vendidas em 2018. A empresa tem três fábricas em São Paulo, São Bernardo do Campo, Tatuí e Taubaté, e uma na Bahia, em Camaçari, que sozinha tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano.